Sou a Depressão

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Ei psiu...
Sou negrinha...
Ou branquinha...
Sou rica ou sou pobre...
Sou plebeu ou sou nobre...
Sou criança
Ou adolescente...
Adultos ou ancião...
Sou o negrume de um coração...
Eu sou a depressão.
Sou da fraqueza a razão...
Sou alimento da solidão...
Sou o quarto escuro...
Sou as noites vazias...
Sou as manhãs sombrias...
Sou as tardes frias...
Sou o silêncio do desesperado...
Sou um ser mau interpretado...
Sou só na multidão...
Sou o Q sem explicação...
A dor em um coração
Eu sou a depressão...
Da filha.
Da mãe.
Da avó.
Do homem ou  mulher...
Eu moro onde eu quiser...
Em uma mansão.
Em um chalé.
Ou em um casebre qualquer...
Entro mesmo
Sem permissão...
Eu sou a  depressão
Roubo a paz
De qualquer coração...
Uns acreditam que tem cura...
Outros acham que não...
Uns acham que
Existo só para chamar atenção
Outros chamam de solidão...
Se existo ou não...
Só quem sabe é quem me conhece...
Que me tem dentro de si...
Que já fez de tudo
Até o fim...
E não consegue se ver livre de mim...
Preciso de muita atenção
Até mesmo para os mais próximos me reconhecer...
Vivo dentro da sua casa...
Você me olha
Mais não me ver...
Só me notam
Quanto estou no auge do sofrer...
Por favor...
Sozinho eu corro perigo...
Não sei se vou
Ou se fico...
Preciso de muita compreensão...
Alguém que segure firme minha mão...
Me leve em nova direção...
Me livre desta destruição...
Conhecida como depressão...

Salvador,13 de fevereiro de 2019

Poesias de Sarah MeloOnde histórias criam vida. Descubra agora