Capítulo 1 - A Mudança.

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Acordei cedo naquela manhã, estava preocupada.

Observei pela a janela da cozinha que as folhas da grande árvore de frente, começavam a cair.

Ainda era cedo, meus 3 filhos não tinham acordado.

Eu aguardava ansiosamente um telefonema, enquanto segurava minha caneca de café em mãos.

Os primeiros raios de sol passavam pelo o vidro e iluminavam a ilha no centro da cozinha.

A exatos 7:30 da manhã, meu telefone toca e eu mais que depressa coloquei minha caneca em cima da ilha e segui em direção à sala, atendendo o telefone, fazendo com que o som parasse de ecoar pela a casa.

- Chloe?
- Sim!
- Chloe Meyer?
- Sim! Eu mesma.
- Desculpa ligar tão cedo, aqui é o Charles, um dos missionários do Pastor Lucas, estou ligando a respeito da casa.
- Sim! Bom dia. Tem alguma resposta?
- Acredito que venho com ótimas notícias. O Pastor conseguiu uma casa, mas fica logo atrás de nossa igreja, se não tiver problema para você?
- Claro que não! Está ótimo. O que mais quero é poder voltar pra perto de minha família.
- Ótimo! Acredito então que pode arrumar as suas coisas e vir. Enquanto isso daremos uma manutenção para tudo estar em ordem.
- Que bom! Muito obrigada.
- Disponha.

Eu não podia conter a minha felicidade ao receber essa notícia. Um sorriso estava estampado em meu rosto.

Fui surpreendida com a voz do meu filho do meio na porta da sala, ainda sonolento e me olhando.

- Mamãe?
- Ricky o que faz acordado a essa hora? Ainda está muito cedo.
- Vamos nos mudar?

A pergunta de Ricky era um tanto que complicada de responder. Devido às imensas mudanças que fazíamos, graças ao trabalho de John, meu marido. As crianças eram as que mais sofriam e fazer com que elas passassem por todo esse estresse novamente, era triste pra mim também.

Fui até ele e me abaixei, olhando em seus olhos.

- Sim! Nós vamos, mas agora será melhor, vamos estar perto dos seus avós, tios e primos. Não vamos pra um lugar distante de todo mundo.

Ricky era meu filho do meio tinha 11 anos, ele não disse nada, mas o sorriso que ele deu ao saber da notícia, compensava qualquer palavra.

- Então já que o Senhor está de pé, vamos tomar o café da manhã pra começar o dia. - Eu disse dando um abraço e sorrindo, enquanto o pegava nos braços e o levava para a cozinha.

Eu sei que pra uma criança de 11 anos, ele estava grande. Mas, para uma mãe um filho nunca cresce.

O dia seguiu e eu ainda mais aliviada por finalmente ter encontrado uma casa. Passei praticamente o dia empacotando as coisas, recebi a ajuda de uma amiga, já que John estava fora a trabalho a alguns meses.

Lopez e eu terminávamos de empacotar os pratos na cozinha, enquanto as crianças organizavam o que levariam para a casa nova, em seus quartos.

- Você está preparada mesmo pra isso?
- Por quê a pergunta, Lopez?
- Bom, Chloe! Seguir esse caminho sozinha, sem o John.
- Mas, lá tem a minha família. Não vejo problema nisso.
- Eu sei ... mas, estou sentindo uma coisa no peito em relação a isso.
- Lopez, pode parar! Isso é paranóia. Lá tem meus pais e toda minha família, eu e os meninos vamos ficar bem até o John ir para a cidade.

Lopez por mais que quisesse transparecer que estava feliz e ao mesmo tempo confiante sobre essa viagem, os seus olhos diziam outra coisa.

Lopez era uma mulher negra, que não escondia suas origens africanas, deixando sempre bem nítido em seu estilo e até mesmo sobre a sua religião.

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