Capítulo 20 - Ricky.

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. PASTOR LUCAS .

Me abaixei na frente de Ricky e seus olhos estavam fixos para aquele que estava atrás de mim.

Do lado se fora eu conseguia ouvir os gritos e socos na porta, que eram dadas por Chloe.

- Ricky, me escuta. Acorda! - Eu dizia, enquanto segurava em seu ombro.

As garras de Purson apareciam em meio a escuridão da casa e seu pé dava o primeiro passo em nossa direção.

Nesse momento lembrei de Peter Winston e ele estava certo, não existia mesmo um modo de fugir do pacto. Uma hora ou outra, ele seria cobrado.

Eu engoli seco, olhei para trás e vi Purson se aproximando aos poucos, enquanto atrás dele uma porta do inferno se abria e gritos de desespero começavam a ecoar pela a casa.

Legba, apareceu no canto da parede com os braços cruzados e nos olhando, enquanto exibia seu sorriso macabro no rosto.

A madeira da casa começava a estalar e o chão a rachar.

Luzes vermelhas e um calor intenso começou a ser emitido por essas frestas.

Os pés de Purson queimavam a madeira do chão.

Nesse momento eu abracei Ricky contra o meu corpo e coloquei sua cabeça em meu ombro.

- Você não vai levar ele. - Eu esbravejei, enquanto olhava para Purson, com seus olhos sanguinários em cima de Ricky.

Levei minha mão até o meu pescoso e puxei o colar que Peter havia me dado. O colar de proteção com a ponta da espada de Miguel.

Eu sabia que isso era o que estava me protegendo todo o tempo, que fazia com que Purson e Legba também não me notasse ali, por isso consegui retirar toda a família da casa. Mas, se alguém precisava ser salvo ali, essa pessoa era o Ricky, ele tinha uma vida inteira pela a frente e o meu propósito já estava sendo cumprido, que era acabar com esse demônio.

Retirei o colar e o segurei, olhando para ele.

Respirei fundo e o coloquei no Ricky, que fez com seu olhar hipnotizado parasse e ele desviasse os olhos de Purson para mim.

A ponta da espada brilhou, juntamente com os olhos de Ricky e ele sussurrou pelo o meu nome.

- Pastor?! O que tá acontecendo? - Ele me perguntou acordando de seu transe.

- Você e sua família precisam sair dessa cidade o mais rápido possível e tudo vai ficar bem. Você acredita em mim, Ricky? Você vai sair daqui e vai levar todos da sua família para bem longe. - Eu disse olhando em seus olhos, enquanto ele apenas consentia com a cabeça.

Um silêncio denominou toda a casa e isso despertou a minha atenção, me fazendo olhar para Purson que apenas respirava fundo, me encarando.

Purson estava furioso e o seu rosnado, começou a tremer toda a casa, pude ouvir o teto da cozinha e seus utensílios  caírem no chão.

As rachaduras começaram a aumentar e mãos sangrentas saíram por elas.

Peguei Ricky no colo e comecei a correr com ele em direção a janela.

Pó começava a cair do teto e Purson estava nos seguindo, quebrando tudo com os seus chifres, como um animal selvagem.

Parei diante janela, coloquei Ricky no chão e peguei uma das poltronas que estava perto de mim.

- Feche os olhos e se afaste. - Gritei pars o Ricky, enquanto o teto começava a desmoronar .

Peguei a poltrona e joguei contra a janela, a quebrando toda.

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