Capítulo 16 - A Verdade.

36 7 30
                                    

. PASTOR LUCAS .

Senti os nervos do meu corpo se atrofiaren. Foram ficando rígidos como concreto e eu não conseguia me mover.

Com muita dificuldade tentei virar os meus olhos para Peter, que estava ao meu lado.

A madeira da casa estalava e fazia sons de como se estivesse se quebrando.

O vento cruzava nossos corpos e balançava nossas roupas e o cheiro de podridão era de causar náuseas.

A minha frente, vi o demônio das sombras.

Seu rosto desfigurado e seco como de madeira velha, vinha em minha direção, enquanto seus olhos vermelhos me encaravam.

Fumaça saía por suas narinas e seus longos chifres tocavam o teto da casa.

Ele levantou suas garras e eu comecei a planar no ar, ainda estático.

Eu comecei a sentir uma grande falta de ar e Peter me encarava agoniado.

- Peter ... fuja! - Eu disse com a voz falha.

Minhas roupas começaram a ser rasgadas sozinhas, como se faças a cortassem e consequentemente a minha pele também.

Peter balancou a cabeça dizendo que não e retirou um colar de seu pescoso. Um colar de ouro que parecia a ponta de uma espada.

- Peter ... Não! - Eu disse, enquanto sentia algo forte apertar meu coração.

- Chegou a minha hora. Volte pra sua cidade e alerte a família. A qual busca ajuda. - Ele disse se aproximando de mim, enquanto os olhos de Purson ainda me encaravam. Escute, Pastor. O demônio não é onipotente e nem onipresente. Ele não pode tudo e nem está em todos os lugares. Assim que você segurar esse colar, Purson poderá me ver e assim levar a minha alma. Use ele e ele não te vera. Essa é a ponta da espada de Miguel. Você se manterá salvo, enquanto estiver com ela. - Disse Peter chegando próximo de mim, enquanto a ventania balançava o cabelo que caia em seu rosto.

Eu balançava a cabeça dizendo que não, mas Peter não me obedeceu e prendeu o colar em meu punho.

Nessa hora o vento parou e eu caí direto no chão, agora podendo me mexer.

Os olhos vermelhos e sangrentos de Purson, desviaram para Peter, que se apoiava em uma mesa velha.

O grunhido de Purson ficou mais alto.

- FUJA PASTOR. QUANDO ELE ACABAR COMIGO. ELE VAI ATRÁS DA FAMÍLIA DA CHLOE. FUJA! - Gritou Peter desesperado para mim e eu me levantei do chão com o colar em meu pulso.

Comecei a correr para fora da casa assustado e seguindo as ordem de Peter.

Ao chegar do lado de fora, escutei o seu grito de dor e sons de ossos se quebrando, enquanto pela a janela uma luz vermelha forte foi emitida, me lançando para trás.

E eu gritei ao notar o sangue respingado na janela.

- PETEEEEEER! - Gritei, enquanto a casa começava a vir ao chão em ruínas.

Me levantei e fui tentando me afastar e indo em direção a rua.

Meu desespero era grande e eu temia o que meus olhos tinham visto.

Eu engoli seco e lágrimas escorriam por meu rosto.

- Eu vou te levar de volta pro inferno, seu desgraçado! - Eu esbravejei em meio a um choro engasgado, enquanto a casa em ruínas começava a entrar em chamas, as mesmas chamas do fogo do inferno.

O ódio tomava conta de mim e eu olhei o colar enrolado em meu punho e o tirei, colocando ele em meu pescoço.

- Eu vou honrar você e sua família Peter Winston. - Eu disse, enquanto o calor das chamas esquentava o meu corpo.

A Casa da Rua Winston.Onde histórias criam vida. Descubra agora