Capítulo 2 - Porão.

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A chuva foi intensa, uma das mais fortes que vi naquele ano. A energia não voltou, por fim decidi passar a noite com meus 3 filhos e no outro dia eu terminaria de embalar as poucas coisas que ainda restavam.

Acredito que John tenha ficado bastante preocupado pelo o modo que a ligação acabou, mas meu telefone com a queda, foi praticamente destruído.

Pela a manhã as folhas das árvores ainda estavam úmidas, o sol saia entre as nuvens no horizonte, mostrando assim os primeiros raios.

Eu já estava em pé, terminava de embalar e encaixotar as últimas peças.

Olhei em meu relógio de pulso e faltava pouco para o caminhão da mudança chegar, então decidi ir até o quarto dos meninos e acorda-los.

Me abaixei próximo a cama de Ricky e comecei a mexer em seu ombro e surrar.

- Querido, acorda! Já, já estamos saindo.

Ricky resmungou algumas vezes na cama.

Fui então até a cama de Noah o meu filho mais velho de 12 anos, que estava dividindo a cama com Thomás, o mais novo de 3 anos.

- Meninos acordem, se arrumem, falta pouco para irmos embora.

Eu disse, enquanto pegava Thomás nos braços, mesmo ele caindo de sono.

Caminhei até à porta do quarto e mais uma vez falei em tom sério.

- Ricky e Noah, eu não vou repetir de novo, levantem e se arrumem.

O resmungo de ambos era inevitável.

Fiquei na cozinha, terminando de arrumar o lanche que seria o café da manhã de todos, enquanto Thomás ficava sentado em sua cadeirinha rabiscando em uma folha de papel.

Ricky e Noah desceram juntos, cada um segurando uma mochila grande.

- Pronto! Satisfeita? - Disse Ricky.
- Olha como você fala! sentem-se e tomem o café da manhã. - Eu disse, arrumando alguns pratos.

- Eu sei que tudo isso é estressante e não só pra vocês, mas pra mim também ... vocês sabem como a viagem é longa, então por favor gente, nada de briga e vamos fazer uma viagem tranquila. Posso contar com vocês?! - Eu disse tomando ar e olhando para ambos.

- Tudo bem, eu entendo. - Disse Noah.
- Engraçado, ontem estava tratando a gente como bebê e hoje já quer que a gente se comporte como adulto. - Disse Ricky se sentando.

- Quando vocês tiverem os filhos de vocês, vocês entenderão. - Eu disse, enquanto a campainha tocava e eu enxugava as mãos em um pano de prato.

- Já volto! - Eu disse olhando para os três.

Para o meu alívio era a equipe de mudança, então mais do que rápido, pedi para que eles entrassem e os fui guiando pela a casa, mostrando onde estava os móveis e os itens encaixotados.

Ricky e Noah, ficaram da cozinha observando, enquanto eu caminhava de um lado para o outro simplesmente atolada de coisas para fazer.

- Estou preocupado, Noah.
- Com o quê? Ricky.
- Com tudo, as mudanças de humor da mamãe, essas mudanças de casa. Só esse ano já nos mudamos três vezes.
- Eu sei! Eu reparei pelo o modo que ela tratou a gente ontem como se tivéssemos 3 anos de idade, como se tivéssemos a mesma idade do Thommy.
- É ... e sei lá, tem algo estranho. Não sei, estou sentindo.
- Ricky, você com essas loucuras suas de novo, não! Toda viagem você sente algo estranho, dessa vez a gente tá indo pra casa, perto de todo mundo, pensa por esse lado.
- Você tá certo, Noah! Só o medo de novo.
- Você precisa parar com essa paranóia, o novo pode ser bom!
- ... Ou não.

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