A Casa da Rua Winston.

Capítulo 8 - Tradição.

Fiquei horrorizada ao ver o desenho e o mostrei de volta para Thommy, apontando o dedo para a árvore e o questionando.

- O que é isso meu filho? - Perguntei.

John me olhou franzindo a sobrancelha.

- Meu amigo, mamãe.
- Amigo Thommy? Que amigo?

John pegou o papel de minha mão.

- Thommy vai brincar. Vai com seus irmãos. Eu converso com sua mãe. - Disse John, acompanhando Thommy até à porta e a fechando.

- O que foi isso? Vai interrogar o seu filho por causa de um desenho?
- Você não acredita mesmo em mim.
- Não é questão de acreditar Chloe! Você está fissurada nesse assunto.
- Mas, eu estou falando a verdade John! Tem algo sim nessa casa e dessa vez eu vi.
- Viu? Bem que o Pastor que alertou sobre isso.
- O Pastor?! Que horas você viu o Pastor, John?
- Quando eu cheguei de madrugada, ele que me deu a chave. Como você acha que eu entrei aqui? Eu tive que ligar pra ele, já que você até hoje não arrumou o seu telefone.
- Espera! Deixa eu entender. O Pastor tem uma cópia da chave dessa casa?
- Sim! Ele que me passou a chave para entrar aqui. Como eu disse, hoje de madrugada.

Eu balancei a cabeça e me levantei da cama, suspirando.

- John, eu não quero brigar. Mas, me responda uma coisa, onde você conseguiu aquele cálice?
- O de madeira?
- Sim! O que está em cima da lareira.
- Foi com a Maria, assim que eu cheguei. Era um presente de boas vindas.
- A Maria já estava aqui quando você chegou?
- Sim!
- Aí Meu Deus!

Eu comecei a andar de um lado para o outro enquanto começava a pensar que as coisas agora começavam a fazer sentido.

- Me conte John, como foi o seu encontro com o Pastor?
- Chloe, o que isso tem a ver com o desenho do Thommy ou com o seu surto?
- POR FAVOR, ME CONTA!

Eu gritei, enquanto sentia meu coração palpitar forte.

Ele arregalou os olhos e veio até mim, me sentando na cama.

- Se acalma. - Ele sussurrou.

. JHON .

Era por volta de 4:00 am quando o carro da empresa chegou na cidade.
Estava tudo deserto, eu não sabia bem como chegava a esse endereço.
Tentei ligar para o meu sogro, mas o telefone tocava até cair na caixa postal.

O motorista me perguntou algumas vezes onde eu iria ficar e eu sempre pedia para que ele esperasse um pouco mais. Pois, eu estava tentando entrar em contato com alguém.

Lembrei que minha sogra havia me passado o telefone do Pastor a algumas semanas para falar sobre pagamento do aluguel.

Eu sabia que era tarde, mas era a minha única solução.

Então, decidi ligar pra ele. O telefone tocou algumas vezes até que por fim ele atendeu com a voz sonolenta.

Conversei com ele sobre a minha situação e ele se prontificou em ir até à igreja para me dar a chave reserva da casa. Nisso ele me passou o endereço e eu entreguei ao motorista.

Assim que cheguei, pude ver o tamanho do casarão logo ao lado da igreja.

Fiquei surpreso.