Capítulo 10 - O Closet.

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. JOHN .

Fazia uma semana que Chloe havia viajado.
Foi uma despedida difícil para os meninos, ainda mais que já estavam acostumados em vê-la todos os dias.

A semana passou rápido e só agora pode perceber quanto a Chloe dava duro dentro de casa.

Era muita coisa pra fazer em tão pouco tempo. Parecia que as horas não estavam ao meu favor.

No meu trabalho, pedi para que eu pudesse trabalhar de casa, fazendo os projetos e enviando para a empresa tudo por email e expliquei também que era porque eu precisava ficar com os meus filhos.

Chloe ligava todo o santo dia. Preocupada, ela queria saber da rotina dos meninos e como tudo estava indo e sabe o que é bom? Porque durante esse tempo, eu não a vi tocando em nenhum assunto sobre espírito ou sobre a casa ser amaldiçoada.

Ela estava calma e serena. Podia sentir isso só em seu tom de voz.

Ministrei alguns cultos na igreja como prometido a Chloe e ao Pastor. Tudo estava correndo bem e dentro do planejado.

Eu podia entender agora todo o cansaço de Chloe, realmente era muita coisa pra uma pessoa só.

No domingo de manhã daquela semana, eu havia acabado de ministrar um culto e o dia estava frio. Todos usavam suas roupas grossas e pesadas para se manterem aquecidos.

Do lado de fora, estava me despedindo dos fiéis que iam embora, enquanto Maria, estava mais a baixo com sua prancheta em mãos e consentindo com a cabeça a todos que passavam por ela.

Thommy, Ricky e Noah, brincavam próximo ao portão.

Depois de alguns minutos, todo o lugar já estava por fim vazio.

Pedi aos meus filhos que fossem para casa, enquanto eu terminava de fechar a igreja.

Eles não demoraram para atender às minhas ordens.

Fui em direção ao altar, passando pelo o centro da igreja e meus passos ecoavam por todo o grande salão, até que ouvi a voz de Maria.

- Confesso que estou gostando muito dos cultos que tem ministrado aqui, Sr. Meyer.
- Obrigado! Mas, você sabe que a obra é de Deus e então é pra ele que você tem que elogiar.
- Claro! O Sr. Está corretíssimo.

Senti um tom de sacarmos em sua voz e me virei, a vendo parada atrás de mim.

- Você já pode ir pra casa. Eu termino de chegar tudo por aqui, Maria.
- Eu não posso fazer isso. Afinal, esse também é o meu trabalho.
- Tudo bem! Então, comece fechando as janelas, enquanto eu desligo todas as luzes.
- Como preferir, Sr. Meyer.

Confesso que todas essa formalidade estava sendo bastante estranhas e estava me incomodando.

- Pode me chamar de John. Igual você chamava antes.

Ela não disse nada e apenas me secou com os olhos, enquanto se dirigia em direção às grandes janelas com suporte de madeira.

Respirei fundo e fui em direção à sala onde ficava os interruptores.

Aquela sala era um tanto sombria, ainda mais com aquela cor marrom nas paredes.

Ao entrar fui em direção a caixa de luz e comecei a desligar as luzes do salão central uma a uma.

A cada luz que era apagada um som ecoava.

Nunca fui de sentir medo. Mas, algo parecia diferente dessa vez.

Então, eu parei. Olhei a minha volta e vi uma cruz pregada na parede diante de mim. Ela estava meio torta, então fui até ela e a endireitei.

Voltei a olhar toda a sala, passando o olho por cima e dei os ombros, voltando a caixa de luz na parede e terminando de desligar as últimas luzes.

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