Capítulo 15

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O telhado foi arrancado e vários dragões entraram no castelo, seus olhos brilhando enquanto eles rangiam suas poderosas mandíbulas. Os suspiros de surpresa se perderam no meio da batalha, já que os homens de Nate estavam ocupados demais. É claro que se surpreenderam ao ver a espécie que foram ensinados a odiar desde pequenos e ainda mais pela mulher que estava com eles parecer ser sua líder, mas eles apenas agradeceram o fato de ter um reforço poderoso. O resto eles lidariam depois, quando suas vidas não estivessem mais em risco.

Nate soltou um grito de alegria e com uma energia revigorada, ele atacou com a espada o soldado a sua frente. O soldado desintegrou em pó e ele sorriu antes de atacar o próximo. Os soldados que Andrea criou eram difíceis de serem atingidos, mas não impossível. Tendo os dragões a seu lado, deixava tudo mais fácil, já que o fogo deles desintegrava vários grupos ao mesmo tempo. Nate sorriu pela falta de premeditação de Jacqueline – obviamente achando que não haveria dragões, não ensinou Andrea fazer soldados à prova de fogo.

O primeiro grito de surpresa de Jacqueline virou um grito de raiva assim que ela viu os dragões e que seu exército iria perder rapidamente. Muitos dragões, incluindo Nigel, foram para sua direção quando a ouviram gritando, o ódio saindo de seus olhos quando eles a viram. Lembrando da dor que a bruxa lhes causou, eles quiseram atacá-la.

Ninguém toca nela. Deixem – a para mim! Miranda disse para seu povo. Estejam certos que a tratarei sem piedade.

Grunhindo, os dragões obedeceram sua Rainha relutantemente e foram ajudar na batalha. Miranda, ofegante enquanto lutava, abria o caminho para chegar em Andrea. Cortando vários soldados, ela mantinha seu olhar atento em sua amada que ficava imóvel ao lado de Jacqueline. Lutar em sua forma humana era mais difícil, mas ela não tinha tempo para se transformar. Logo, ela foi cercada por um pequeno grupo de soldados. Eles avançaram devagar brandindo suas armas. Se assustando, a Rainha girou, tentando ver se conseguia atingir todos de uma vez. Suas chances não eram boas.

Sentindo o dilema da Rainha pela sua conexão mental, o rugido de Nigel foi ouvido e um jato de fogo saiu de sua boca extinguindo o grupo de soldados. Ele pousou rápido perto dela e fez um pequeno aceno com sua cabeça e ela agradeceu. O resgate de Nigel foi o suficiente para que a Rainha se transformasse em dragão e retornasse com mais vigor para a batalha. Com as narinas soltando fogo, os olhos de Miranda encararam os olhos verdes vazios de Andrea e ela soltou toda sua fúria, abrindo caminho em direção a morena. Ela se atirou para a frente e empurrou Jacqueline, fazendo ela cair no chão. Miranda soltou um rugido feroz.

Impassível, a francesa soltou um riso e foi irônica: "Olha só, como nos velhos tempos, hein Miranda?, ela bufou. "Só que antigamente era eu quem ficava em cima."

Miranda rugiu mais forte, fazendo com que Jacqueline colocasse a mão no ouvido. A Rainha tentou alcançar o colar sem ferir a bruxa. Porém, sua mandíbula era muito grande e a outra mulher riu. Passando a mão no colar, ela chamou Andrea e piscou para Miranda. Um vento rodou ao redor delas e antes que Miranda pudesse reagir, elas foram transportadas para outro salão. Jacqueline ficou em pé poucos metros de distância da Rainha, segurando a mão de Andrea, com um sorriso malicioso no rosto.

"Ótima mudança de cenário, não acha?", a mulher gesticulou antes de olhar para Miranda. "Essa luta é entre nós. Mesmo que seu povo esteja em maior quantidade, não há com que se preocupar... Eu mandei algumas surpresinhas para eles. Algo para deixá-los ocupados."

Com um rodopio, Miranda se transformou em mulher mais uma vez. "Meu povo é forte", ela ralhou. "Apesar de todo o mal que você nos causou, Jacqueline, nós sobrevivemos e vamos continuar assim." Ela cruzou os braços. "O que você fez?"

"Não fiz nada", ela disse sorrindo. "Quem fez foi minha querida Andrea. Sob minha orientação, ela aprendeu como invocar soldados em um instante – agora que ela já aqueceu sua mágica, ela pode fazer vários apenas com um estalar de dedos. Ela também soltou meus queridos monstros – os mortos, você se lembra? Algumas das suas preciosas pessoas foram atacados por eles". Ela soltou um suspiro alegre. "Naquele dia eu descobri o potencial de Andrea. Ela é uma criatura maravilhosa."

"Ela é minha", Miranda falou brava e foi em direção da mulher.

"Oh, eu não faria isso se fosse você", Jacqueline avisou um pouco tarde demais.

"Andrea", Miranda chamou, estendendo sua mão. "Volte para mim, meu amor."

"Ela não pode." Jacqueline riu. "Ela está totalmente sendo controlada por mim. E agora tudo o que ela sente quando olha para você é dor de cabeça e ódio. Meus encantos aumentam a dor dela, fazendo com que seja insuportável para ela ficar no mesmo lugar em que você está. Aceite querida – você perdeu. Ela é minha agora." Os lábios de Jacqueline se curvaram em um sorriso e ela enlaçou seus dedos com os da morena. Se abaixando, ela deu um longo beijo na jovem, demorando de propósito.

Miranda ficou cega de ódio e atacou. A jovem girou a mão e a mulher mais velha foi jogada ao chão. Rangendo os dentes, ela alcançou a conexão mental delas e encontrou a mesma nuvem escura de antes. Ao invés de parar, dessa vez ela insistiu com toda sua força. Andrea gritou de dor, segurando sua cabeça. Seus olhos mudaram de verdes para castanho rapidamente.

"Você está machucando ela", Jacqueline falou. "Minha mágica é muito mais potente do que o Amor Verdadeiro. Venha agora Andrea."

Os olhos dela voltaram a ficar verdes e Andrea ficou ereta. Uma lança surgiu com o balançar de sua mão e ela a jogou em direção à Rainha. Por causa de seus reflexos de dragão, ela se desvencilhou com facilidade e se levantou com dificuldade. Ignorando a próxima lança que Andrea criou, ela tentou entrar na mente dela de novo. Apesar da dor que causava em Andrea, ela pôde sentir que seu amor estava tentando alcançá-la do outro lado. Os olhos verdes franziram e a lança foi jogada no ar. Dessa vez, Miranda não foi rápida o suficiente para se esquivar. A ponta afiada entrou no lado de um de seus braços e ela estremeceu com a dor. Sangue quente saiu do ferimento e ela transpirava, mas mesmo assim continuava. A Rainha Dragão bloqueou os estridentes sons que Jacqueline fazia e se concentrou em quebrar o feitiço. Fechando os olhos, ela deixou todo o amor que sentia pela jovem envolver seu ser e mentalmente atingiu a névoa bloqueando a conexão delas. Forçando, ela finalmente sentiu a névoa se dissipar. O lamento inicial de dor de Andrea se transformou em surpresa. Emoções que não eram suas, tomaram conta dela e Miranda sentiu o peso de todas elas. Alívio, confusão, medo e horror atingiram a mente da mulher mais velha com uma velocidade impressionante.

"Miranda!", a voz delicada chamando seu nome a fez abrir os olhos azuis.

Lindos olhos castanhos a encaravam e ela sentiu lágrimas no canto de seus próprios olhos. "Andrea", ela disse simplesmente e se ajoelhou, física e emocionalmente esgotada.

A jovem foi correndo em direção a Rainha. Chorando, ela jogou os braços no corpo dela e soluçou. Fechando os olhos, Miranda se abraçou forte a ela. Esquecendo momentaneamente da dor, ela se deixou perder na sensação de abraçar sua Princesa mais uma vez.

"Olha, mas não é lindo?", Jacqueline satirizou, interrompendo a reunião delas. "Não fiquem muito confortáveis, aliás." Ela estalou os dedos e um homem saiu das sombras.

"Mestre Irv?", Andrea ficou surpresa ao ver seu tutor.

"Olá Princesa Andrea", ele disse, um pouco arredio.

Jacqueline revirou os olhos. "Pare com isso. Você tem um trabalho a fazer."

Ele virou a cabeça rápido para ela e ficou ali rígido.

"Sabe Miranda, Andrea não era meu único ás na manga", um breve sorriso apareceu no rosto da mulher. "Eu ainda mais duas cartas preciosas. Suas filhas".

Ela passou a mão no colar e as gêmeas apareceram a seu lado em um flash. Rosnando, elas não reconheceram a mãe com seus olhos verdes. 

Amanhã tem mais pessoal.😘😘😘

A Rainha Dragão e Sua PrincesaOnde histórias criam vida. Descubra agora