Capítulo III

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Naquela noite, os garotos foram em duas casas de show, uma boate subterrânea, passaram pelos principais cartões postais da cidade, por onde iam deixavam um pouco do dinheiro, deram dinheiro aos poucos mendigos que encontraram. As quase quatro horas da manha, resolveram dar um último passeio, a mala estava por mais da metade, então pediram um taxi e foram para o "puteiro mais top da cidade", que ficava no Leblon.

O lugar era enorme, um grande palacete, com arvores na entrada, e uma passarela para carros, no qual o taxi parou, um homem bem vestido, encontrava-se na porta, abriu a porta, olhou para os dois, e depois de mostrar alguns maços de dinheiro que estava no bolso, tiveram passe livre até a grande porta, ela se abriu, o som aumentou, as luzes piscavam, era possível ver várias passarelas, com mulheres desfilando de um lado para o outro, outras no pole dance. Erik esfregava as mãos aguardando a melhor madrugada da sua vida, um morena dançava no palco principal, ao seu lado lhe auxiliando estava uma cadeira, ela colocava os pés sobre ela, rebolava, jogava o cabelo, seu corpo era escultural, eles se aproximaram a ponto de quase tocar nela, quando então ela se virou.

— Puta que pariu! Mano – disse Erik.

— Acácio!? – disse a morena.

— Najara! – disse espantado Acácio.

Ela desceu imediatamente do palco, como se quisesse esconder os seios amostra, olharam para dos dois, que estavam com as mesmas roupas de cedo, e julgou que os mesmos não tinham dado o trabalho de tomar um banho.

— O que vocês estão fazendo aqui? Com que dinheiro estão aqui? – ela questionou incrédula.

— SUA FILHA DA PUTA DESGRAÇADA! – disse Acácio que estava sendo contido por Erik. — Você quase nos matou, eu vou te estrangular, me solta.

Erik teve bastante trabalho para conter o amigo, logo recebeu o auxilio de alguns seguranças próximos, após uma grande demora e muita explicação Najara entendeu o ocorrido, se desculpou por não ter falado do que se tratava a maleta, disse que ganhava alguns trocados dançando para os "trouxas ricos, mas nada de sexo", Acácio se manteve resistente, nem os belos seios da morena que agora estava coberto lhe fizera mudar de ideia. Mas logo Najara se deu conta do grande problema em que ela se colocou.

— Meu pai! - disse Najara.

— Não é hora de por Deus nessa história, o que você fez foi de uma filha da p... – nem chegou a terminar Acácio e foi interrompido.

— Não, meu pai mesmo – agora falava se afastando dos demais dando tom de um assunto sério – Aquela maleta era parte do pagamento desse mês, ele tem que passar mensalmente um valor que ele arrecada dos fieis.

— Oi? – disse Erik

— Meu pai tem... como vou dizer... uma parceria com o tráfico no Rio de Janeiro, eles trocam favores, meu pai passa o dinheiro, eles devolvem como doação e mais algumas coisas, uma espécie de lavagem de dinheiro, meu pai apesar de pastor não é o que eu digo de santo... ele recebe cocaína e vende para os "fieis" mais fervorosos.

Ouve um instante de silencio, onde tudo que se ouvia, era música eletrônica, grito de homens alvoraçados e prostitutas felizes com os esbanjar de dinheiro. Acácio sentindo culpa por tudo aquilo, sabia que junto com Erik em parte era vitima da situação, mas por um desleixo, não disse a senha correta para os traficantes, e ter ficado com a maleta, apesar dos tiroteios no estacionamento, no final se sentiu culpado e propôs ajudar a resolver a situação, Najara contendo o choro agradeceu, entraram no USV da morena e desapareceram pelas ruas iluminadas do Rio.

EU E MINHA SORTE! [+18]Where stories live. Discover now