Capítulo 11

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 Eu nem sei porque convidei as irmãs maravilha para a nossa casa de praia. Acho que foi no calor do momento, quando pensei por breves momentos em beijar Regina.

Mentira.

Não foi por breves momentos, eu andava pensando demais nisso. Só que na minha mente confusa, eu vivia em um impasse, e eu não queria colocar em risco tudo o que tínhamos. Nem podia. Eu a queria por perto. Só não tinha certeza se seria uma boa, passar uma semana inteira ao lado dela.

Dispensei a Sophia e todas as outras sem nem pestanejar, quase que espontaneamente. Não havia sentido naquilo, nem graça. A vida nem sempre é curtição, acho até que D.Mary riria. Eu mudei e conseguia ver a mudança. Porém eu não estava satisfeita, como se algo o tempo todo estivesse faltando.

Ainda faltava três horas para o nosso vôo. Regina dispensou todos os funcionários pela primeira vez, para as festividades de final de ano. Dez dias de folga, a contar da véspera de Natal.

Nós iriamos pegar o vôo das quatro horas da tarde. Zelena teria que resolver mais algumas coisas pela revista e Ruby iria com ela mais tarde. Ally convidou August para ficar com ela, e então ele resolveu ir apenas no Ano Novo para Miame.

Era como se todos estivessem amadurecendo ao mesmo tempo. August namorando sério. Ruby estava apenas com Zelena e eu sozinha. O que eu estava achando a melhor coisa do mundo, mesmo sentindo falta de algo que eu nem sabia o que era.

Depois daquele quase beijo, comecei a me policiar. Tentava ficar menos nervosa, o que era, obviamente, inútil. Tentava agir normalmente, e evitar de ficar sozinha com ela. Embora, quando ficávamos, Regina agia como se nada tivesse acontecido.

Ou talvez, eu que estava imaginando coisas. E eu era a louca que levava Ruby a sério demais.

Isso me enlouquecia. Como hoje. Ela viria até meu apartamento. Sozinha. E eu ficaria sozinha com ela, por livre e espontânea vontade.

O que não era algo muito bom, devido algumas e outras situações.

A campainha tocou, e eu correndo, tentei organizar a minha bagunça. Fechei a mala, e corri até a porta, ao passo em que recolhia algumas coisas do chão e jogava para pontos estratégicos, para que não ficassem a vista.

Abri a porta e ela estava lá, linda como sempre, e eu já estava cansada de constatar isso todas as vezes, além de passar alguns segundos encarando-a como se ela fosse o centro do meu mundo.

Eu nem gostava de pensar o que ela achava disso, só reza para que ela não percebesse meus embaraços constantes.

Entretanto, sendo sincera comigo mesma, eu até gostava de me sentir desse modo. Era como se eu estivesse viva, e vibrando cada vez que estava em sua presença.

Ela sorriu, e me deu um beijo na bochecha, como sempre fazíamos uma com a outra. Dei espaço para que ela entrasse arrastando sua mala.

- Belo loft - elogiou, analisando ao redor. E eu tinha certeza que ela comentaria sobre a bagunça, mal e porcamente, escondida. - Meio desarrumado - cantarolou me fazendo rir.

- É.

- E então, pronta? - perguntou, girandos os calcanhares para me encarar.

- Sim - respondi puxando minha mala de cima da cama. - Preparada para o melhor natal da sua vida?

Ela não respondeu, mas o seu sorriso, era o suficiente para demonstrava o quanto estava feliz.

Quando estávamos saindo, cruzamos, no corredor com uma nova moradora do prédio. Ela era morena, de olhos azuis e eu tinha quase certeza que ela se chama Theo alguma coisa. Ela sorriu para mim e piscou em um claro flerte.

Não foi à Primeira VistaOnde histórias criam vida. Descubra agora