Capítulo 13

608 79 5
                                    


Ninguém se apaixona, assim do nada. Um troca de olhares e "PAM", lá está o seu coração na mão de outra pessoa.

Impossível.

Então, por esse motivo eu acreditava que estava terrivelmente sofrendo desse mal. Embora os meios para chegar até aqui, fossem outros. Eu precisei conhecê-la. Descobrir coisas que eu nem sabia, e me derreter por aquele sorriso demoníaco todos os dias.

Talvez, lá no fundo eu me sentisse lisonjeada tendo meu coração quebrado sendo por ela. Eu estava louca, e ficava ensandecida quando os via juntos. Tanto que mal conseguia falar sem respirar fundo. Minha garganta parecia ter um nó e até mesmo o oxigênio tinha dificuldade para chegar em seu destino.

Engraçado que eu não acreditava nesses sintomas. Palmas das mãos molhadas, tremedeiras, respiração irregular e coração disparado. Quase que uma abstinência, como se ela fosse minha droga, e eu uma coitada viciada nela.

Sim, eu podia afirmar que era dependente dela, eu quase que dependia de sua presença. Ansiosamente, esperando por ela. Esperando que ela largasse aquele babaca, e viesse sentar na mesma mesa que eu, apenas para jogar conversa fora.

Com o rosto apoiado na mão e a cabeça pendida para lado, eu me encontrava devaneando. Sobre esse feitiço, praga ou o que quer que fosse.

Só podia ser um tipo de castigo, já que em muitas ocasiões eu ocupava o mesmo lugar que Regina agora. Sentada do lado de outra pessoa, sorrindo e flertando. Como se não existisse coisas mais importantes para fazer. E uma idiota, que no caso era eu, observando sua felicidade.

É, ela parecia feliz. Algumas vezes nossos olhares se encontravam, e ela sorria para mim. Quase que me dando migalhas, ou boias no oceano para que eu não afundasse de vez.

Eu nem tive a chance, de fazer ou dizer qualquer coisa a ela, e em um piscar de olhos, Daniel apareceu.

O querido cirurgião pediátrico, salvador da Pátria, Senhor perfeição e maldito.

Deus, como eu me odiava, por ser tão lenta.

Porque eu não a beijei antes? Se ela me rejeitasse eu saberia a resposta, e não estaria aqui, mendigando sorrisos. Mas se ela me rejeitasse, eu aguentaria um olhar de desprezo dela?

Acho que não.

Caramba, eu estava surtando enquanto secava aqueles dois e pedia mais uma cerveja para Ruby. Eu nem ao menos sabia o que pensar. Era tão insuportável, que eu implorava a todos os tipos de Deuses, que fizesse isso passar.

Mas eu queria que passasse? Ou no fundo eu gostava das migalhas? Do pouco de atenção, e aquela adrenalina de estar perto dela, como se eu estivesse a ponto de pular de paraquedas.

- Você não vai comer nada? - Ruby perguntou indicando meu hambúrguer intocado. Ela sentou-se e encostou a testa em meu ombro. Tentando me passar algum tipo de consolo, ou força no que quer que precisasse. Ela tinha uma aparência cansada e feliz.

Eu já havia notado, que desde que ela conheceu Zelena, Ruby parecia mais leve... Mais feliz, e seus olhos brilhavam quando encontravam os azuis da ruiva.

Parecia que combinávamos, as duas apaixonadas juntas. Embora soubessemos, ninguém teve a coragem de proferir tais palavras em voz alta.

Eu queria que para ela, desse certo. Até porque, minhas suspeitas eram de que minha melhor amiga, era muito correspondida. Então eu implorei para que ela não se sentisse como eu me sentia agora.

- Estou sem fome - dei de ombros.

- Você está mais magra. - resmungou, ainda encostada em meu ombro, acompanhando meu olhar que até então, não tinha se desviado um momento da mesa da frente.

Não foi à Primeira VistaOnde histórias criam vida. Descubra agora