Esperando por mim

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O que foi a causa de toda essa mudança? Quando eu comecei a desejar que coisas boas acontecessem comigo? Momentos felizes.

Eu não lembro quando foi que eu desejei estar em uma história com final feliz.

Ao mesmo tempo que eu não queria sentir, eu estava maravilhada com a sensação de estar viva. Mesmo com meu coração doendo violentamente.

E então, não era isso que você queria?

Na verdade, queria poder abraçá-la quando eu quisesse, e pelo tempo que eu desejasse. Eu queria poder, acordá-la, apenas para mergulhar em seus olhos verdes, e ser invadida com a sensação de plenitude que eles me traziam.

Eu também queria cafés da manhã, em um domingo nublado. E gastar o resto do dia na cama, como eu nunca tinha feito. E na companhia dela.

Desde o momento em que não deixei que ela se explicasse, me arrependi.

Me senti culpada por virar as costas e deixar meu ciúme gritar mais alto.

Não era novidade afinal, já que literalmente, surtava por ela. Queria ela dê uma forma que eu nunca quis alguém. E esse completo desespero, me fez agir e pensar de forma incoerente. Sem analisar os fatos, esquecendo situações, e ignorando tudo que Zelena havia falado.

E era fácil ignorar tudo, ao lembrar de como Emma agia com as mulheres. Por que eu seria privilegiada? Por que comigo ela seria diferente? Essas perguntas não saiam da minha cabeça nem por um segundo.

Contudo, e quando eu a via esquecia das dúvidas, e a única coisa que importava era sua presença. Ela, e toda a atenção que ela me dava.

Assim que desembarquei, me vi agradecendo aos Deus por estar em casa novamente. Quase que beijei o solo Americano em uma imitação ao Papa.

Liguei para Zelena, como havia prometido, e esperei ansiosamente para que ela me esperasse com algo maravilhoso para comer. Se bem que, com a fome que estava, poderia comer um macarrão instantâneo e dormir feliz, tamanho o cansaço que eu sentia.

Meus pés e minha cabeça latejavam, eu não via a hora de me atirar na cama, tomar um analgésico e jogar meus saltos longe.

Embora que no fundo eu faria isso como desculpa, para ignorar a vontade que eu sentia de ir na casa dela e me desculpar.

Porém eu sabia que eu era orgulhosa demais, e que se ela não viesse falar comigo e não correria atrás dela.

Bom, ao menos eu tentava me convencer disso. Porque sim, desta vez eu correria.

Eu precisava beijá-la novamente.

Enquanto esperava a mala aparecer na esteira, disquei no número de Zelena.

- Já desembarcou? - perguntou assim que atendeu.

- Sim, estou indo pegar um táxi - achei a mala no meio de outras tantas e me amaldiçoei por ser uma maníaca e precisar de uma bagagem tão grande para apenas 3 dias. E por isso, eu praticamente me arrastava puxando aquilo em direção a saída do saguão. - Como você está?

- Cansada. - resmunguei, entrando na pequena fila dos táxis. - Você falou com ela? Ela está muito chateada? - questionei sem conter a minha curiosidade. - E se eu fosse na casa dela?

- O que? Tipo agora?

- Sim, Zelena, agora. Santa lerdeza... - revirei os olhos - Eu fui muito estúpida com ela.

- Eu sei, sis. Mas hoje você está cansada, então é melhor ir para casa, e descansar. E amanhã você vai encontrá-la, convide ela para um jantar...

Não foi à Primeira VistaOnde histórias criam vida. Descubra agora