capítulo 11 - Adeus

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   Quem diria que me apaixonaria justo por você,seu idiota!

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   Havia se passado uma semana desde que eu e Matheus tivemos um caso. Ainda continuamos nos vendo e ficando por aí,meus pais acreditam que estamos namorando e Matheus faz questão de manter esse fato para eles,mesmo sendo uma grande mentira...                                                            Matheus ainda estava com  Isabelle,fingia que não me conhecia na escola e se tivesse algum tipo de diálogo comigo naquele prédio era apenas para pedir respostas. Eu realmente não sabia o por que de eu estar suportando algo assim,além disso,eu não avia lhe dito que não queria esse tipo de relacionamento? Eu mesmo estava me contradizendo!

   Eu sei muito bem que poderia simplesmente terminar com ele mas eu não conseguia,mesmo ele sendo um idiota na escola,ele me tratava com tanto carinho em minha casa que eu me sentia a pessoa mais amada do mundo,mesmo sabendo que eu não era...                                                                       Sentia meus olhos marejarem e meu peito doer sempre que olhava o "casal real" juntos,Matheus e Isabelle formavam um casal perfeito pela aparência. O maior apertava a cintura fina e bonita da mais baixa enquanto dava sorrisos bobos,eu sabia que era apenas uma faixada dele mas eu não iria suportar,não mais. Era a sexta vez em apenas três dias coletivos que me trancava no banheiro e chorava,eu passei a odiar a escola e andava muito cabisbaixo,Matheus não percebia já que não direcionava o olhar para mim e estava ocupado demais bancando o garoto popular.

   A popularidade era mais importante que eu...

   Vaguei pelos corredores vazios,o sinal de saída já havia tocado a tempos,mas ficaram os alunos que participavam de clubes extracurriculares. Antigamente (a uma semana atrás)eu participavá de três clubes,o de cantô,teatro e primeiros socorros,mas depois de eu ter ficado tão cabisbaixo e indisposto,acabei desistindo.                      Sou obrigado a passar o dia na escola esperando dar o horário de Matheus sair,apenas para meus pais acreditarem que estamos juntos e que acompanho ele todos os dias. Doce e amarga mentira...                             
   Caminhei  para fora da escola em passos rápidos enquanto ouvia as vozes do grupo de Matheus atrás de mim. Meus pelos se arrepiaram e aumentei o passo,se eles me vissem eu voltaria para casa com alguns roxos,e não importava para ele se eu tinha um caso com ele ou não,eu apenas era sua segunda opção,seu brinquedinho sexual e seu grupo sempre iria mexer comigo sem ele interromper.

   - Olha só o que temos aqui! - Ouvi uma voz feminina soar atrás de mim. Isabelle.

   Coloquei meu capuz e continuei andando,mas logo senti meu corpo ser puxado para trás com força e me desiquilibrei,o que me fez cair no chão e fazer o grupo dar risadas. Suspirei e me levantei,olhei para Matheus e o mesmo desviou o olhar,desconfortável.

   - O que querem? - Perguntei enquanto colocava o peso de meu corpo em uma perna e os encarava.

   - Sabe queridinho,eu ouvi seus lindos pais dizerem que você e o Matheus,estavam namorando... - Isabelle falou com uma falsa calma,na hora meu corpo gelou e senti meu coração acelerar. - O que é impossível já que MEU namorado é hetero e,devo ressaltar novamente,é MEU namorado! Não posso admitir mentiras,Gabrielzinho...

   Senti um garoto maior que eu segurar meus braços e me desesperei na hora. Olhei para Matheus em um pedido desesperado de ajuda mas ele apenas abaixou a cabeça. Trinques os dentes.

   - Você é um invejoso,aceite que o Matheus nunca vai ter olhos para um viadinho que nem você! Não fique criando mentiras,eu sei que você adoraria ter minha vida. Rica,popular,inteligente,bonita e com o garoto mais gato da escola,mas aceite que você é apenas um nada nesse lugar. - Mordi minha língua e fechei meus olhos com força,fazendo de tudo para não chorar na frente deles. - Você é uma decepção para seus pais,dando esperanças que alguém realmente irá te amar e que alguém tão bom tenha olhos para você. 

   Eu ri,ri de raiva,tristeza,ódio e humilhação. Abri meus olhos e encarei Matheus e Isabelle.

   - Não sei como você ainda passa na porta sem bater esses chifres,querida. - Vi a garota apertar as mãos e Matheus arregalou os olhos. Gemi de dor ao sentir um aperto mais forte em meus braços,mas continuei falando com um sorriso. - Antes de me bater,peça para o seu namoradinho olhar em seus olhos,falar que te ama e que nunca te trairia com um MERDINHA inútil! Vamos lá!

   - CALA A BOCA,GABRIEL! - Matheus gritou apertando minhas bochechas com força,tanto que estava doendo.

   Olhei para seus olhos e deixei minhas lágrimas descerem.

   - Me solta! - Puxei meu rosto de sua mão e cuspi nele. - Matheus,olha para mim.

   Matheus abaixou a cabeça e levantou sua mão como se fosse me dar um soco.

   - OLHA PARA MIM MATHEUS! - Gritei e ele me olhou,ainda com a mão no ar,prestes a me dar um soco. Seus olhos estavam sem brilho e senti meu coração doer. - Matheus,você me ama? Você realmente quer fazer isso? Eu fui apenas o seu brinquedo? Me responda!

   - Amor,dê logo um jeito nesse viadinho mentiroso e vamos embora! - Isabelle falou rígida,mas mesmo assim,Matheus continuou ali me olhando.

   - Me responda,Gabriel. Eu sei que você me ama... - Sussurrei e meus lábios tremeram. - Fale para ela,fale a verdade! Deixa essa farsa de lado e vem comigo! Por favor... caso ao contrário....foi bom os momentos que passamos.

  Os olhos de Matheus marejaram e vi seus lábios tremerem,por um momento achei que ele iria dizer a verdade mas...estava mais que enganado. Seus lábios formaram um sorriso de canto e senti uma dor enorme no abdômen. Ele havia me dado um soco.                         
   Deixei mais lágrimas caírem e tossi um pouco,sentindo um líquido no canto de meus lábios. Os braços fortes me soltaram e cai no chão,abraçando meu abdômen pela  tamanha dor que sentia.

   - Eu nunca vou te amar e não quero mais ouvir ou saber do meu nome saindo dessa boca imunda! - Matheus falou com nojo e olhei para ele,incrédulo. Mordi meu lábio inferior e solucei.

   Ouvi Isabelle rir e passar ao meu lado,dando um chute em minhas costelas. Reprimi um grito de dor e xingue aquela vadia. Senti meu corpo inteiro doer e me curvei,senti minha respiração começar a dificultar e puxei o ar em desespero. Isabelle já estava longe e Matheus se ajoelhou ao meu lado,preocupado.

   - Sai de perto de mim! - Rosnei.

   - Onde está sua bombinha? - Matheus perguntou acariciando minhas costas. Me perguntava de onde vinha tanta ousadia!

   - Eu mandei sair de perto de mim! - Falei alto e me afastei dele,puxando minha mochila e pegando minha bombinha. - Nunca mais fale comigo,nunca mais apareça na minha casa e nunca mais toque em mim!

   - Gabriel...

   - Eu te disse! Eu não quero um relacionamento desse tipo,não disse?! Agora some Matheus,sai de perto de mim! - Falei bravo e apliquei a bombinha em mim. - De qualquer jeito,seu "reinado" está livre,sua "rainha" não vai ser mais corna e você,querido "rei",não vai mais para casa de um mero "camponês" para se satisfazer e aquietar os seus hormônios.

   - O que você acha que me impede de aparecer em sua casa,Gabriel? - Matheus perguntou com os olhos marejados.

   - O fato de eu me mudar para outra país,,querido. - Falei sorrindo e vi os olhos de Matheus se arregalarem e derrubarem lágrimas. - Quero que você pegue fogo,Matheus! Nunca mais tente manter contato comigo e irei contar toda a verdade para os meus pais. Você errou,agora arque com as consequências.

   - Me perdoa... - Matheus sussurrou enquanto me levantava.

   - Quem perdoa é Deus,querido. E nem sei se ele vai te perdoar,princesa. - Falei rindo e pegando minha mochila. Segurei um gemido de dor ao sentir o peso da bolsa em minhas costas.

   - Quando você vai se mudar? - Ouvi Matheus perguntar baixo,mas continuei andando. 

   - Por favor,responda... - Matheus soluçou e suspirei,continuei de costas mas o respondi,de forma fria e grossa.

   - Não devo satisfações da minha vida para você. Os únicos que as tem são meus pais e,caso eu consiga nessa mudança,um namorado. E você não é nenhum dos dois. - Matheus soluçou mais alto,mas continuei andando. - Adeus,Matheus.

   Continua...

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