Eu sentia medo e nervosismo,talvez o loiro nem aparecesse e eu ficaria plantado no local,ou ele apareceria com seus "amigos" e sofreria mais uma agressão daqueles idiotas e talvez,mas só talvez,eu me entregasse para ele mais uma vez como despedida...
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Abracei Agatha e Otávio com força,já havia me despedido dos outros e agora sentia as lágrimas da garota em um de meus ombros e segurava a risada melancólica que queria sair de minha boca pela ação de minha amiga,ela sempre foi sentimental demais e,com isso,eu e Otávio sempre riamos do drama frequente ou apenas abraçavamos ela. Sentiria falta desses momentos,sentiria falta das risadas e do choro.
- Agatha, vou vir para cidade uma vez por mês para visitar vocês,pelo amor,pare de chorar! - Eu resmunguei e Otávio deu risada,se separando do abraço e puxando a prima chorona. Me impressionava com a relação deles,era de lei que eu e meus primos não tivéssemos uma relação tão boa e esses dois quase se tratavam como irmãos,chegava a ser fofo.
- Eu sei,mas não ver essa sua cara de zumbi todas as manhãs vai ser tão difícil! - A garota chorava mais e mais enquanto Otávio ria e a encarava com cara de tacho.
- Você é muito engraçada,né? - Revirei os olhos e beijei a testa dela. - Tenho que ir...
- Por que? - Agatha falou manhosa e me abraçou mais uma vez. - Lembra de ligar para mim quando chegar na sua nova casa...
- Pode deixar. - Sorri e assisti a garota sair andando com lágrimas nos olhos. - Então,ficou para assumir seu amor de infância por minha ilustre pessoa e me dar um beijo digno de novela,senhor Otávio Vinicius?
- Vai se ferrar,Gabriel! - Otávio riu e desferiu um soco leve em meu braço. - Bem...Eu só não sei como me despedir,mas de qualquer forma,boa sorte e tome cuidado.
Otávio me abraçou e se despediu de sua forma: com um pelo tapa em minha cabeça. Xinguei vendo o mesmo se afastar com um sorriso e mostrei o dedo do meio para ele. Suspirei. De certa forma eu sabia que o boa sorte que foi me dado a segundos atrás não era para a viagem que faria,e sim,para a provável conversa que teria com um certo popular em poucos minutos,claro,se ele viesse.
Eu sentia medo,mas mesmo assim eu me sentei em uma das cadeiras da sala de música e esperei por ele. A sala,por mais simples que fosse,me trazia várias lembranças boas e aconchegantes com meus colegas,amigos e,também,com Matheus. Havia vezes em que eu e Matheus vinhamos aqui apenas para ele tocar algum instrumento e eu cantar no ritmo e melodia que ele tocava. As lembranças de seus dedos deslizando pelas casas e do violão enquanto sua outra mão dedilhava com calma as outras cordas,com um sorriso no rosto e olhos fechados,mostrando que conhecia o instrumento tão bem quanto a si próprio e que tinha amor pelo o que tocava,exalando a paz que sentia e cantarolando junto comigo iam se apagando com o tempo,mesmo que o sentimento fosse tão presente,a memória ia sumindo aos poucos.
- Desculpa,não foi fácil fazer a Isabelle me soltar... - A voz tão conhecida por mim soou pela sala junto do som da porta se fechando.
- Tudo bem. - Respondi e o silêncio se instalou pela sala.
O maior se sentou em minha frente no chão com o violão em mãos,dedilhando notas e cordas aleatórias,fazendo soar uma calma melodia e aconchegante.
- Você sabe por quê te chamei,né? - Perguntei por fim,não aguentava mais aquele silêncio e logo eu teria que voltar para minha antiga casa.
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Justo Por Você!
Romansa"A adolescência já está fadada a ser um desastre para qualquer um,a sua chegada já é sinal de brigas,intrigas,hormônios,romances e,principalmente,descobertas e decepções. A tão famosa fase onde se é conhecido a primeira paixão,o primeiro namoro e a...