Chapter 2 - Meet the Devil.

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Acordei e ganhei coragem para contar-lhe.

- Hum... Bom dia Sky...

- Bom dia.

- Eu preciso falar contigo...

- Sobre o quê?

Eu contei-lhe tudo e ela pareceu bastante chocada. Contei sobre os meus pais e o manicómio e o meu problema com a ansiedade e raiva. Não contei sobre as pessoas que matei. Sorri mentalmente com as palavras "pessoas que matei."

- Sky... Se quiseres eu posso sair...

- Não. Eu consigo trabalhar contigo. Só não te posso irritar. O que te irrita?

Depois de uma conversa longa durante o pequeno-almoço eu passei a gostar imenso dela. Foi praticamente a minha primeira amiga.

- Bem Sky. Eu vou andando. Vou arranjar um trabalho que não me irrite. - Tentei parecer verdadeira.

- Não é preciso. Eu tenho um amigo que tem dinheiro. Ele todos os meses manda-me dinheiro. Ele é quase como um pai para mim. Eu posso explicar-lhe que tu não te podes irritar porque senão ficas com muitas dores de cabeça e podes desmaiar. - Sorri ao ver que ela estava a proteger o meu segredo. Ou parte dele.

- Ok então... Hum... Eu preciso de uns medicamentos e...

- Dá-me os nomes dos medicamentos que eu própria vou compra-los.

- Muito obrigada. - Eu dei-lhe um sorriso bem rasgado.

Eu odiava os medicamentos mas eu tomava só quando me davam as crises. Ficava mais calma.

******************

Acordei e vi um pequeno vulto atrás de mim. Respirei fundo e liguei a televisão, olhei para o telemóvel e era 3:56am, admira-me de a Sky ainda não estar cá. Posso ser psicopata mas ainda tenho medo de algumas coisas. Comecei a pensar nas coisas que me deixavam feliz. O choro de todas as pessoas que torturei

- NÃO POR FAVOR DEIXA-ME!

- E que tal... Este dedo? Boa ideia.

- NÃO NÃO NÃO!

- SE NÃO TE CALAS TIRO-TE A LÍNGUA.

- AJUDEM-MEEE!

- Aqui vai. - Peguei na tesoura e rapidamente tirei-lhe a língua. Agora só havia sangue e uns quantos dentes. Os outros foram arrancados. Parti o vidro da janela e peguei num dos pedaços. - Que lindos olhos tens tu...

Ela começou a gritar e eu dei-lhe com o vidro nos olhos várias vezes.

Ai... Como eu tinha saudade. O vulto apareceu mais uma vez. Eu rapidamente olhei para trás e ele desapareceu. Peguei numa faca e respirei fundo. Provavelmente a Sky tinha ido a alguma festa ou assim. Ouço um barulho de algo a partir por trás de mim. Virei-me o mais rápido que pude e corri até ao andar de cima. Quando lá cheguei vi vidros de um espelho até ao quarto onde eu estava a dormir. Segui os vidros sem medo algum e cheguei à porta do quarto. Entrei e a porta fechou-se. Calmamente tentei abrir mas estava trancada, voltei a colocar a faca na minha mão de maneira a conseguir esfaquear alguém rapidamente. Sentei-me na cama e olhei pelo quarto, respirei fundo e fechei os olhos. Os pensamentos que tive à pouco voltaram e eu sorri até sentir alguém respirar na minha cara. Abri suficientemente o olho direito para conseguir ver um rapaz em frente a mim. Estiquei o braço com a faca e sorri, abri os olhos mas já não estava lá ninguém. Eu não estava bem, aquilo foi imaginação minha? Talvez. Levantei-me e pensei que precisasse de aliviar o stress. Saí da casa e levei a faca comigo. Coloquei o capuz na cabeça e comecei a caminhar. Quando estava no manicómio eu ficava cada dia pior porque não podia libertar o meu stress. Mas agora posso. As ruas tinham apenas alguns loucos bêbados a andar por aí. O céu ameaçava chuva. Eu amo chuva; trás calma, morte, paz. Vi uma rapariga num beco a chorar.

Welcome to my reality. || H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora