Casa de Deus.

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Quando digo casas de orações, digo igrejas.
Quando digo servos, são pessoas que trabalham na obra de Deus.
Quando digo que estava na cidade de Deus mas evitando encontrar com Ele pessoalmente e sendo covarde. É isso mesmo que quero dizer eu estava sendo uma covarde .

Claro que voltar pra mesma igreja onde fui nascida e criada e onde Deus me usava de modo lindo e tremendo e depois voltar com o rabo entre as pernas sendo uma ninguém era muito mais difícil do que ser um novo membro numa nova igreja. Onde ninguém me conhecia e eu não precisava me explicar, nem fazer nada. Eu podia ser só mais uma pessoa sentada num banco sem fazer nada. Era mais fácil ser ninguém onde ninguém sabia quem eu era. Sem cobranças.
  Foi a escolha que eu fiz.
  A mais fácil claro.
Mas não era o que Deus queria para mim.
Na igreja onde eu não era ninguém Papai sem eu perceber abriu minha caixinha de tesouros e libertou um ou dois talentos e dons. Eu não vi o que estava acontecendo. Mas eu tinha a necessidade de ajudar, de fazer algo ali. Parecia que tinha uma construção em andamento e ali eu tinha algumas ferramentas.
Logo, logo eu não era mais uma ninguém. La estava eu trabalhando para Deus usando seus tesouros sem nem ter ido falar com Ele antes.
   Estava tudo errado.
   Mesmo sem ter controle dos tesouros de Papai eu os usei da melhor maneira que eu pude. Mas eu sempre sentia que estava no lugar errado e vivendo uma vida que não era minha.
Isso foi me sugando. Me sufocando .Sem papai para me ajudar carregar aquelas ferramentas foi ficando cada vez mais difícil.
Um dia revolvi guardar elas de novo. Como não sabia usar direito e não queria perdê-las novamente.
Fui ao sótão do meu coração para guarda-las com todo amor e cuidado.
   Dessa vez estava tudo limpinho Jesus fizera um ótimo trabalho mesmo. Já não sentia tristeza em ficar só . Me dava paz e tranquilidade.
Poli e limpei cada um dos dons e talentos com todo carinho e devolvi a caixa prateada.

Eu só iria usar de novo quando papai permitisse. Mas na sua casa. Na casa onde fui criada. Na minha casa.
Isso quando eu tivesse coragem de entrar lá.

Como a Morte d'ela me mudouOnde histórias criam vida. Descubra agora