O Mercado está pra Príncipe

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—Aqui está a lista do que deve pegar no mercado, Elio—Marta lhe entrega uma lista e o loiro olha para a imensa quantidade de coisas e pensava como carregaria tudo aquilo—Volte o mais rápido possível.

—Sim, senhora—ela se vira e encontra Daniel parado no meio da sala.

—Quer que eu o acompanhe?—pergunta, olhando mais para sua mãe do que para Elio.

—Não. Ele não quer—Marta passa pelo enteado e lança seu olhar mais raivoso em direção ao filho. Ela sai da sala.

—Olha, eu posso ir se você quiser. Ela não precisa saber—ele arranca a lista da mão de Elio—Além do mais, não vai conseguir carregar tudo isso sozinho.

—Se isso me causar problemas eu te mato—os dois saem pela porta e o frio cortante da província congela seus cérebros.

As ruas de Erie estavam cobertas por neve nessa época do ano e as pessoas usavam botas e roupas de frio para mantê-las protegidas.

—Queijo brie, leite de cabra...—Daniel citava os itens da lista que a mãe havia feito—Figos em conserva?—sua careta era hilária e Elio riu.

—Como pode ser uma pessoa horrível uma hora e uma totalmente diferente em outra?—a pergunta ficou no ar com o barulho ensurdecedor que o mercado fazia na esquina.

—Chegamos—os mercadores gritavam seus produtos às pessoas que passavam, tentando vender suas mercadorias—Qual o primeiro item dessa lista?

—O queijo—Elio guarda a lista no bolso de sua calça e os dois começam a caminhar por entre as pessoas.

—Ela nem sempre foi uma mulher ruim—Daniel comenta, enquanto os dois escolhiam os melhores pedaços de queijo da enorme barraca no mercado.

—Quem?—Elio analisava a feição do garoto ao seu lado, enquanto colocavam os queijos em uma cesta.

—Minha mãe—eles pagam o mercador e seguem para o outro produto da longa lista—Marta Tremaine era uma mulher adorável e carinhosa. A perda do meu pai junto com tudo que tínhamos destruiu ela por dentro. Ela viu que ser gentil e sorridente não ia trazer felicidade alguma para a vida dela.

—Não justifica nenhuma de suas ações—o loiro dispara—E você... Acredita que ser perverso ajuda em alguma coisa?—outra pergunta de Elio a Daniel que fica no ar.

—Os figos em conserva—ele estica a mão e pega um frasco de vidro que estava em uma estante de uma pequena barraca—Vou pagar—ele sai da vista de Elio.

O garoto borralheiro fica vagando ao redor das barracas até que tromba com alguém, fazendo com que Cinderelio fosse ao chão.

—Não olha por onde anda?—o loiro resmunga. Alguém estica a mão em seu alcance e ele olha para cima.

Um rapaz de olhos verdes, trajando um terno azul marinho e sapatos de couro preto sorri e lhe encara por alguns segundos. Elio pega em sua mão e dá um impulso para que pudesse ficar de pé.

—Me desculpa. Estava distraído—a voz rouca e o tom galante na voz do rapaz deixou Elio nervoso e tinha certeza que havia adquirido um avermelhado tímido em suas bochechas.

—Que nada. Eu que estava feito um idiota rodando pelo mercado—Elio pega a cesta de queijos do chão e coloca na junta de seu braço.

—Thomas—ele estica sua mão mais uma vez e Elio assim o cumprimenta.

—Elio.

—Nome bonito—elogia, fazendo Elio avermelhar novamente.

—Obrigado.

Cavalos invadem o mercado e assustam algumas pessoas. Pelos símbolos e ornamentos cravados mas nas selas dos animais, Elio logo constatara serem da realeza.

—Vossa majestade—um dos cavaleiros diz a Thomas, ao mesmo tempo que as pessoas no mercado cravam os olhos no rapaz e percebem quem era o novo amigo de Elio.

—Er....—Thomas tenta argumentar algo, mas o mercado inteiro se encontra de joelhos, ou pelo menos fazendo algum tipo de reverência.

—Você é o príncipe...—Elio parecia um pouco desapontado e seu tom de voz não mentia. Ele se ajoelha diante do jovem de terno azul e Thomas suspira, talvez com o mesmo desapontamento que o loiro.

—Levante-se—ele se vira—Todos vocês, se levantem—Seus olhos verde esmeralda olham novamente para Elio—Foi um prazer conhecê-lo. Talvez nos reencontramos novamente—ele vai até um cavalo que até então estava sem um guia, monta no animal e sai da multidão com seus seguidores.

—Talvez....

—Elio—Daniel chama pelo loiro—eram da realeza?—Cinderelio confirma e o irmão postiço faz uma expressão indecifrável.

—Pegamos tudo que deveríamos?—Daniel nega e os dois continuam a comprar as coisas pelo mercado.

Elio (Cinderela)Onde histórias criam vida. Descubra agora