Eu Escolho a Felicidade

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—Eu não vou dizer nada, Cinderelio—Anastasia folheava uma revista de moda, observando roupas que talvez nunca fosse sequer usar. Ela estampava um sorriso cínico no rosto, que rasgava a felicidade de Cinderelio—E não é por você—ela de levanta e fica frente a frente com Elio—Eu não vou ferrar meu irmão desse jeito. Agora vá me preparar um café. Agora.

Elio abaixa sua cabeça e se vira, indo diretamente para a cozinha. Ele prepara o moedor para os grãos de café. Daniel entra na cozinha e senta em uma das cadeiras. Sua mãe havia saído mais cedo para a fábrica que pensava em trazer a vida com o senhor Karlyle.

—Anastasia está se aproveitando dessa situação—Elio moe os grãos de café e põe água para esquentar—Não vou continuar com isso. Já era ruim antes. Agora está muito pior—ele se vira para o filho de Marta.

Daniel fica calado. O garoto não tinha como argumentar. Era verdade. Anastasia estava fazendo de Elio seu escravo pessoal e Daniel não gostava de como sua irmã estava agindo.

—Me desculpa—Daniel se levanta—Se eu não tivesse te beijado mês passado a gente não estaria nessa situação. Eu devia apenas ter seguido sendo o cretino que eu era antes. Você não estaria assim—ele aponta para o fogão, que aquecia a água do café de Anastasia.

Elio vai até Daniel e põe suas mãos nos ombros do rapaz. O maior sente a calma sendo transferida do loiro. O simples toque de Cinderelio tirava toda a negatividade do garoto Tremaine.

—Você ter me beijado foi a melhor coisa que me aconteceu. E mais, eu beijei você em retorno, a culpa não é só sua—Elio admite, arrancando um sorriso de Daniel—eu amo tanto as covinhas que surgem quando você sorri— ele acaricia a bochecha de Daniel e em seguida volta sua atenção ao fogão, antes que a água do café secasse e Anastasia ficasse uma fera.

Ele termina de preparar o café e serve uma xícara. Ele leva para sala e entrega para a ruiva.

—Elio, eu preciso que lave um vestido rosa que eu tenho pra eu usar na  minha festa de 17 anos—Ela dá um gole em seu café e acaba se queimando, largando a xícara no chão. Elio olha para a mancha do café no tapete favorito de Tremaine e sabia o que estava por vir—Não sabe checar uma temperatura. Um café não é tão quente assim—Anastasia gritava para Elio e o mesmo ouvia tudo calado—Limpe isso agora—ela se levanta, furiosa, e vai para seu quarto.

Tremaine abre a porta e encontra a mancha em seu precioso tapete, cheio de ornamentos e detalhes que nem mesmo Elio percebia. Marta estava estática, olhando para Cinderelio. O garoto sentia o olhar de Tremaine sobre ele, parecendo um míssel preste a colidir com o alvo.

—Eu vou até meu quarto. Se quando eu voltar essa mancha ainda estiver aí, você vai trabalhar nas tarefas de casa incansavelmente—ela põe Lúcifer no chão e segue para seu quarto, dando uma última olhada em Elio.

O loiro pega um pano e enche um balde com água e detergente. Tirar mancha de café era fácil quando não se deixa o resíduo secar. Tremaine volta para a sala e Elio estava se levantando, terminando de limpar o café do tapete.

Tremaine dá uma olhada e se senta no sofá. O silêncio dela fez Elio se espremer de medo. Ele se levanta e vai até o banheiro da casa, joga a água com detergente na pia e senta na tampa do vaso sanitário.

Ele cobre seu rosto com suas mãos e tenta engolir as lágrimas, resultando numa coloração rosada de suas bochechas. Ele precisava sair dali. Sempre se perguntava por que ainda fica naquela casa cercado pelos Tremaine. Nádia podia lhe dar abrigo.

Ele se levanta e fica de frente ao espelho acima da pia. Seus olhos azuis que Daniel gostava tanto de elogiar estavam mais claros por conta dos raios de sol que escapavam pela janela do banheiro.

Elio (Cinderela)Onde histórias criam vida. Descubra agora