—Mãe, abaixa essa arma—Daniel mantinha suas mãos para frente, na direção do revólver de Tremaine—Você não ganha nada com isso.
—Talvez eu não ganhe nada, mas Elio ganha dois buracos na cabeça—ela põe a mão no gatilho. A raiva transformava seu rosto. A vermelhidão ocupa a face de Marta e a deixa sombria. Um escorregão no gatilho e Daniel iria junto com Cinderelio para a cova.
—Mãe, por favor—Daniel deixa algumas lágrimas escaparem. Ele se põe na frente de Elio—Ninguém precisa se machucar hoje.
—Daniel, saia já da frente dele—Ela gritava, com nojo—Senão eu não tenho escolha—seus olhos semicerrados estavam assustadores.
—Chega—Anastasia entra na frente de Elio e Daniel, ficando entre eles e o cano do revólver de Lady Tremaine—Não vou deixar você machucar meu irmão.
—Ah, pronto. Um complô—Marta revira seus olhos e solta uma gargalhada tenebrosa, levantando a arma por um segundo, voltando a direcionar o revólver aos três—Anastasia, não quer fazer isso—A ruiva permanecia na frente do irmão e de Cinderelio—Okay. Vão se arrepender por isso. Ainda não acabou—Ela atira para cima e se vira, causando um gritinho em Anastasia. Os adolescentes sabem que ela se foi quando a porta bate fortemente, parecendo estar sendo quebrada.
Daniel parecia assustado com a atitude da irmã. Quando Anastasia se vira para olhar o garoto, Daniel a pega de surpresa em um abraço.
—Obrigado—a ruiva passa seus braços ao redor do irmão e o abraça de volta.
—Não podia deixar algo acontecer com você—Ela mantinha seus olhos fechados e a cabeça depositada no ombro esquerdo de Daniel. Alguns fios ruivos misturavam-se aos castanhos do filho mais velho de Marta. Os dois se separam—Ela vai voltar logo e eu não quero mais confusão. Vocês deviam ir.
—Não vou a lugar algum—Elio se pronuncia pela primeira vez desde que Tremaine apontara a arma para ele—Essa é minha casa. Ela que tem que sair daqui. Eu não vou mais tolerar ela me tratando como um de fora. Ela é a única estranha por aqui—Elio gritava para os irmãos Tremaine.
—Ele está certo, Ana—Daniel se vira para a irmã—Ela ultrapassou a faixa do limite e nos levou junto. Não acha que tudo que fizemos era errado? O que o Elio fez pra gente? O que ele fez pra você?—Daniel olhava nos olhos esverdeados da irmã, buscando alguma resposta vinda dela.
Anastasia cruza os braços e olha de Daniel para Elio. Seu olhar às vezes ia de encontro ao chão, mas a maior parte era focada no irmão.
—Sinto muito—Ela olha para todos os lugares na cozinha, menos para Cinderelio. Seu olhar passeia pelos móveis e cadeiras, mas nunca em Elio—Eu sei que me redimir agora não vai dar em nada, já fiz coisas horrendas demais—Anastasia se lembra das páginas chamuscadas de Romeu e Julieta e das humilhações que o loiro sofreu em suas mãos.
Elio aperta a mão de Daniel e o mais velho sorri. Não iria perdoar Anastasia por tudo que fez, não de imediato. O que podia tentar fazer era desculpar a ruiva, os poucos.
—Eu te desculpo. Perdoar é algo muito forte e eu não estou preparado para tal coisa—Elio força um sorriso para Anastasia e a "irmã" de Cinderelio sorri de canto.
—Obrigada—Anastasia abaixa sua cabeça e olha fixamente para o assoalho. Ela se vira e sai andando.
—Ana—Elio a chama pelo apelido criado Daniel—Me encontrei com o Thomas hoje—A ruiva volta praticamente correndo para a cozinha—Adivinha a escolhida dele se o baile não fosse arranjado?
—Não me faça de tola, Elio—Ela segura seus ombros—Ele me escolheu?
—Ele tem sua máscara ainda—O loiro revela à garota o que Thomas havia lhe contado antes—Se ele vir a máscara em você, vai saber quem é.
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Elio (Cinderela)
RomanceSérie Disney- Livro 1 Após a morte de seu pai, Elio sofre com as investidas de sua madrasta de fazê-lo miserável. Com dois irmãos que só pegam em seu pé e uma pilha de deveres para fazer, o garoto não vê uma melhora em seu futuro, até que o Príncipe...