Um Baile a Vista

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-Anastasia, fique parada-Elio implorava para irmã enquanto tentava amarrar um laço na parte de trás do vestido-Vai ter que pegar outro, esse não serve mais.

-Está me chamando de gorda, Cinderelio?-ela vira para ele, seu vestido verde água rasga quando ela joga os braços para baixo-Olha o que você fez-Anastasia corre de seu quarto.

-Mereço...-Elio revira os olhos e ouve seu nome sendo berrado pela casa. Marta o chamava.

Ele caminha o corredor até chegar na sala. Caminhada essa que parecia interminável quando estava prestes a levar uma bronca.

-Sim?-A suavidade de sua voz na verdade tinha outra pele por baixo. A de esganar Anastasia.

-Rasgou o vestido da minha filha?-a carranca em sua face não escondia sua raiva.

-Eu... Eu não-a voz do loiro falhava e suas explicações eram perdidas ao vento.

-Não há desculpa-ela levanta e para em frente ao garoto. Sua voz sai fria e amedrontadora-Vá agora mesmo a costureira da cidade. Peça dois vestidos e um terno. E nem me olhe com essa cara. Você não irá a esse baile-os olhos debochados e demoníacos de Lady Tremaine foram direcionados aos azulados de Elio. Ela o encara e se retira-Para hoje, Cinderelio, antes que a costureira fique sobrecarregada.

Elio volta ao seu quarto, veste qualquer coisa que vê pela frente em seu mini guarda roupa e se dirige para saída.

-Companhia?-Daniel lhe direciona a palavra, ainda sentado em uma das poltronas da sala.

-Não a sua-Elio destranca a porta e sai para o frio cortante de Erie.

A costureira ficava algumas quadras de sua casa e sabia que ela fazia um trabalho excelente. Já havia visto seu trabalho antes. Sua mãe tinha um vestido rosa feito pela mulher. Seu primeiro terno quando era criança também fora feito por ela. Lembranças distantes que agora assombravam a mente de Elio.

Ao chegar à pequena loja de costura da senhora Benson, Elio dá três batidas na porta de vidro, dá uma pausa e bate mais duas vezes. Sabia que Nádia Benson atenderia. Haviam feito esse código há alguns anos.

A velha aparece na janela, olha para os lados e abre bruscamente a porta de vidro, puxando Elio para dentro em um supetão.

-Desculpe garoto. Esse príncipe não podia ter escolhido outra hora para chamar todas as moças dessa cidade para um baile-ela resmunga e sai andando, apoiada em sua bengala de madeira.

-Está fugindo do serviço, senhora Benson?-Elio lhe pergunta, brincalhão como sempre-Não sabia que era do seu feitio.

-É do feitio de todo mundo quando seu trabalho é conhecido por mais de 400 pessoas-ela vira para o loiro-O que posso fazer por você?

-Na verdade, vim exatamente para isso...-ele faz uma careta e Nádia revira seus olhos.

-Só porque é você quem está pedindo-ela olha Elio de cima a baixo-Acho que terei que tirar as medidas para fazer o terno...

-Ah, não. Não é para mim-ele começa a explicar-É para minha madrasta e seus filhos.

-Aquela bruaca ainda está viva?-a velha exibe uma face indecifrável-Achei que já tinha se mudado após a morte do... Oh, Desculpe, Elio.

-Depois da morte do meu pai... Sei-ele senta em um banquinho próximo a janela-Não mesmo. Ela e seus diabinhos arranjaram outra tarefa. Me infernizar.

-E você se presta a um papelão desses?-Nádia começa a mexer em alguns tecidos brilhantes e chamativos-Sabe ao menos as cores?

-Anastasia quer um vestido rosa choque, seja lá o que for isso-Nádia retira de sua prateleira um tecido rosado muito bonito. A cara de Anastasia, pensou Elio.

Elio (Cinderela)Onde histórias criam vida. Descubra agora