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Nunca fui muito bom em manter segredos, uma hora ou outra, as coisas sempre acabam escapando da minha boca. Minha "síndrome de Pinóquio" reversa ㅡ acabou quando comecei a me relacionar com Jungkook aos dezenove anos, porque eu não poderia falar a verdade se quisesse continuar o que nós estávamos tendo.

O apartamento dele era onde nos encontrávamos, tudo começou tão abruptamente, que quando finalmente parei para analisar minha situação, as coisas não se encaixaram muito bem na minha cabeça.

Eu já estava apaixonado por ele antes de me dar conta disso.

Nossa relação era como um machucado que você não faz ideia de onde conseguiu, você nem sentiu, porque de algum jeito a dor passou despercebida. E ele agora faria parte de você até a pele curar sozinha ou cicatrizar-se, eternizado em seu corpo. E pela nona vez (se meus cálculos na época não estivessem errados) eu estava jogado em sua cama, embaixo do corpo dele, deixando-o explorar cada canto de mim. Meus olhos se fecharam com força no instante em que senti as mãos dele me segurarem pelo quadril, ele deslizou a língua, quente e úmida, pelo meu peito, com uma lentidão torturante.

Infelizmente, eu estava com pressa.

ㅡ Porra...! ㅡ O palavrão me escapou pela boca no mesmo instante que a língua dele encontrou um dos meus mamilos. ㅡ Vamos logo com isso... — pedi, antes de perder totalmente o controle.

ㅡ Apressado? ㅡ Sua voz estava muito baixa, quase rouca.

Jungkook gostava de brincar comigo.

Adorava.

ㅡ Cala a boca, Jungkook ㅡ grunhi, sem saber bem o que mais dizer, assim que ambas as mãos dele foram parar nas laterais do meu quadril de forma controladora.

ㅡ Nah-ah-ah... ㅡ sussurrou ele. ㅡ Gosto de ir devagar com você... sentir como você é macio e quente. ㅡ Sua boca ficou pertinho da minha orelha.

ㅡ Se alguém desconfiar que a gente...

Não pude completar a frase antes dele me beijar com força, apoiando os cotovelos no colchão, para ficar sobre mim.

Eu deveria estar com raiva dele por ter me ignorado o dia inteiro.

Ou odiá-lo com tudo que tinha por ser um filho da puta controlador, mas não era capaz de fazer isso na época, não quando me sentia como um adolescente apaixonado sem conseguir arrancá-lo fora da minha cabeça. 

Bom, eu era um adolescente idiota apaixonado, mas isso não importa realmente.

Sendo mais velho que eu, ele tinha muito mais controle das coisas do que eu podia imaginar.

Mas eu gostava.

Jungkook levantou o rosto por um segundo, mordendo o lábio inferior ainda molhado pelo beijo.

ㅡ Podemos fazer tudo com calma, você sabe. Não tem ninguém aqui.

ㅡ Não quero arriscar ㅡ falei.

ㅡ Eu sei.

Sua boca desceu novamente, dessa vez distribuindo uma linha de beijos pelo meu pescoço.

ㅡ Tá ficando difícil arrumar mais desculpas, minha mãe não me deixa em paz ㅡ reclamei.

ㅡ Com sorte, ela vai ficar ocupada com os preparativos do casamento.

Era estranho ouvi-lo falar de seu casamento enquanto eu estava transando com ele. Normalmente, Jungkook odiava falar dele também.

Mas seu tom era suave e reconfortante. De certa forma, me deixava mais calmo.

Algo que não podia ter acontecido.

Ficar calmo significou que acabei caindo no seu joguinho outra vez, e que iríamos transar e fingir que nada aconteceu depois. Fazer de conta que ele não é o noivo da minha irmã mais velha, e nossos pais não estão planejando o casamento dos dois faz um ano.

Não que aquela traição representasse algo verdadeiramente sentimental.

Taehee não suportava olhar na cara de Jungkook.

Ele também reservava certo desprezo por ela.

Mas é claro que nossas famílias não iriam perder tempo investindo em uma união de bens inteiramente lucrativa para ambas as corporações. Então foi assim que os dois ficaram presos em um clichê romântico de casamento arranjado com direito a rivalidade e tudo, só que sem a parte do romance.

Acho que essa parte ficou para mim.

Fazendo sexo com Jungkook sempre que podíamos, mesmo quando eu deveria estar estudando para honrar a faculdade de medicina que minha mãe planejou para mim desde os meus dois anos de idade.

Para meus pais, nosso futuro já estava certo, Taehee iria comandar as empresas, ela nasceu para isso, e eu seria um médico renomado, não tão importante, mas indispensável no tipo de currículo social que eles mantinham com unhas e dentes.

O projeto deles teria corrido perfeitamente bem, somente uma coisa não se encaixava equivalentemente na equação: Jeon Jungkook, futuro marido da minha irmã, em cima de mim, tirando a camisa e se inclinando para atacar meus lábios inchados de beijos quentes.

Mais uma vez.

DIRTY LAUNDRY | TAEKOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora