A máscara cobria a metade do meu rosto e a mão de Cléo no meu braço me guiava para dentro da casa.
Os passos eram calmos, apesar de estar enxergando.
— Ela está no sofá. — Cléo me dizia baixinho.
Eu respirei fundo. Estava confiante com a maquiagem de galáxia por baixo da máscara. Segundo Cléo, a ideia disfarçaria bem os hematomas.
Observo minha mãe sentada ao lado de Charlotte. Estavam tomando chá, como naqueles filmes de época. Respiro fundo novamente e coloco um sorriso medíocre no rosto, fingindo estar tudo bem.
— Então, como estou? — as pego de surpresa, girando no lugar para mostrar a fantasia.
Vejo os olhos da minha mãe brilharem em animação e ela sorrir largamente. Deposita a xícara de chá na mesinha de centro e leva as mãos unidas até a boca.
— Ai meu Deus, eu amei isso! Você já vai fantasiada? — ela pergunta, se levantando para me abraçar.
Ela me abraça forte e uma melancolia passageira me toma no momento. Me incomodava saber que ela realmente estava acreditando naquilo, mas seria bem pior se eu dissesse a verdade.
— Sim, temos alguns planos durante a viajem.
— Hum, filha. Você não vai com o seu carro, não é? Sabe, vocês vão pegar a estrada e pode ser perigoso você andar sozinha no carro.
— Mãe, eu...
— Pode ficar tranquila, tia. Só vai ter profissa nas ruas. Mia vai de carona com a gente. — os braços de Arturo envolvem meus ombros e os da minha mãe. O sorriso largo dele e o tom brincalhão parecem deixá-la mais tranquila. — Prazer, seu genro. Mas pode me chamar de Arturo. — ele pisca, apertando a mão dela.
— E é melhor os "profissa nas ruas" tomarem cuidado. Não é porque são bons no volante que estão longe de perigo. — Charlotte repreende, ajeitando o vestido ao cruzar as pernas.
Arturo se aproxima dela, praticamente rastejando aos seus pés. A cena se torna mais cômica pela fantasia de pirata que o veste.
— Oh, tia Charlotte... assim você me desmerece. Sabe que do grupo eu sou o melhor. A sua filha que parece uma doida na estrada. Ela que me preocupa. Se dependessemos dela para essa viajem já estaríamos todos mortos!
No mesmo instante, Cléo aparece ajeitando o brinco na orelha, vestida de sereia.
— Desculpa, mas quantos torneios você já ganhou mesmo? Quase nenhum, não é?
— Garanto que o suficiente para compor o tamanho da sua ignorância.
— Ou o mínimo, do tamanho do seu micro-pênis.
— Ah, maldita...
Ele se levanta, correndo atrás dela. Ainda arrumando o brinco, Cléo sai em disparada, rumo a cozinha. Ela grita e os dois parecem começar uma discussão à base de risadas.
Charlotte da um sorriso amarelo.
— Me desculpe por isso. Essas crianças...
Minha mãe ri ao meu lado. Parece estar se dando muito bem com Charlotte, já que a mesma da continuidade no assunto que estavam tendo antes de eu chegar.
Mudo meu foco por um instante, vendo Ethan descer as escadas com uma mochila no ombro direito. Como sempre, ele mantém o semblante sério. Apenas quando vê minha mãe ele se aproxima. Sorri e sei que ela tem sua total atenção presa a ele.
Encara tanto, que fico constrangida.
— Ah, me deixe te apresentar: esse é Ethan, meu filho mais velho. E, Ethan, essa é Elizabeth, mãe da Mia.
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Impulsivo
RomanceTRILOGIA -Dominadores Tatuados {Livro 3} Ethan é um garoto sem freios. Aos vinte e três anos de idade, curte a vida como se não houvesse amanhã. Com o gênio forte e imponente do pai, Ethan arranca suspiros por onde passa. A popularidade e o jeito sa...