Capítulo 24

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MIA

Suponho que não há nada aqui que você não conheça.

Estou diante do motor do carro de Ethan. Com certeza não vi muitos carros como o dele e conhecia pouco aquele tipo de aparelhagem. Mas acho que dava conta de entender como tudo funcionava. Eu precisava entender, já que era esse tipo de carro que enfrentaria na corrida.

— Hum, não muito...

— Escuta, não tem segredo. A diferença é que alguns possuem mais benefícios do que os outros. Mas, o principal de todos é a mesma coisa.

— Aí que está o problema. Não posso colocar meu carro para competir com uma lamborguini, por exemplo.

Ele se encosta no carro. Uma das mãos no lábio inferior. Ele sorri com o meu comentário e por um instante me sinto insegura.

Há pouco tempo Evelyn me mostrou o quanto poderia ser cruel, e finalmente entendi porque todos a odeiam. Não queria demonstrar o quanto fiquei... surpresa. Quer dizer, ela me fez voltar a realidade. Aquele não era definitivamente o meu lugar e quando se pára pra pensar que se está prestes a correr com carrões profissionais, porra, isso te desmotiva.

Percebendo meu desconforto, Ethan me puxa para perto de si, abraçando minha cintura.

— Ei, olhe para mim.

Ergo meus olhos até ele.

Sinto seus dedos acariciarem meu rosto.

— Espero que essa carinha triste não seja pelo que Evelyn disse.

Fico quieta.

Ethan solta um suspiro pesado, colocando as mãos na lataria do carro. Parece estar impaciente. Situações como essa o deixam desconfortável, aparentemente.

— Pensei que fosse mais forte. — ele me diz.

Me afasto, subindo meus olhos até os castanhos avermelhados dele.

— Você ouviu o que ela me disse? Essa garota é ruim demais!

— Evelyn é uma mimada do caralho. Se vai se deixar abater pelas merdas que ela diz então vejo que estou perdendo meu tempo aqui.

Suspiro pesadamente, virando de costas por alguns segundos.

— Tem que aguentar essa merda, Mia. Se ainda não sabe, vai correr com ela.

Me viro imediatamente para ele.

Porra, era só o que me faltava!

Vou correr com ela?!

Ele assente.

Mordo o lábio inferior.

É uma droga de situação. Creio que já dei motivos o suficiente para Evelyn não gostar de mim, já que passo tempo demais ao lado do namorado dela, agora ainda mais quando sabe que sou sua oponente. Ethan está certo. Vou ter que aguentar essa merda.

— Vem cá, paixão. — ele me puxa para perto dele novamente, e eu abraço seu torso, recebendo beijos carinhosos no rosto. — Não sou bom com palavras, mas acredito que vai conseguir aturar isso, por mais fodido que seja. Eu confio em você, e quero que confie em mim também.

Sorrio. É ridículo ele me pedir isso, porque já tem minha confiança. Mas mesmo assim, digo:

— Eu confio.

Um canto dos seus lábios se estica em um sorriso.

— Ótimo.

Seus lábios vêm em direção aos meus, mas antes que me beije, Arturo entra na garagem de supetão.

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