Dezesseis

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Gilinsky estava caminhando até a sala onde teria sua próxima aula. Seu melhor amigo havia gazeado a aula anterior e isso deixou o moreno preocupado. Ele entrou na sala de química e logo viu Johnson com a cabeça deitada sobre sua mesa. O Jack mais alto foi até lá e sentou-se ao lado do loiro, o observando. Eles eram duplas e ficariam juntos até o fim da aula, depois poderiam ir para casa.

O cheiro de maconha pairava no ar e Jack sabia o que tinha acontecido. Johnson havia fumado. Inteligente, Gilinsky escorregou sua mão direita pela mesa, tocando o braço alheio com seu polegar. O mais velho ia recuar, mas logo percebeu de quem era aquela mão, permanecendo na mesma posição.

- Bom dia, alunos! - A professora entrou na sala, sendo cumprimentada por todos. - Bom dia, Johnson.

O garoto levantou a cabeça e ajeitou sua postura, dando um sorriso mínimo para a mais velha. Gilinsky o observava com atenção, sua mão já afastada daquele corpo.

- Você fumou? - Ele perguntou, sua voz saiu baixa o suficiente para que só Johnson escutasse.

- Sim. - O menor olhou para sua mão, tentando manter seus olhos abertos. - Estava com Nate.

- Desculpa ter dito tudo aquilo. - G revirou os olhos. - Merda, eu sou um cuzão.

Isso fez Johnson sorri, negando com a cabeça.

- Tudo bem - ele sussurrou. - Posso ficar na sua casa hoje? Não quero que meus pais me vejam assim.

- Ok. - O mais novo sorriu. - Vi que você e o Jonathan estão próximos novamente. - Ele suspirou. - Isso é bom.

- É, nós voltamos a nos falar.

- Jack's, se querem conversar, peço que saiam da minha sala. - A professora disse, cruzando seus braços sobre o peito. - Há quem queira aprender.

- Desculpe - falou Gilinsky.

Depois daquela entediante aula, os dois melhores amigos caminharam em direção a saída. Johnson tentava se manter de pé, a maconha fazendo cada vez mais efeito. Ele não costumava ficar assim quando fumava, mas fazia bastante tempo desde que ele fumou pela última vez. Eles saíram da escola e foram até o carro do moreno, entrando no mesmo.

- Sabe - começou o mais novo -, eu não me arrependo de ter te beijado.

- Não me faça agir por impulso. - Johnson encostou sua cabeça no banco, fechando seus olhos. - Aqui está frio.

- Quer se deitar no banco de trás?

O loiro assentiu e foi para trás, se deitando nos banco e se encolhendo um pouco, já que ele era pequeno e quase se encaixava por completo ali. Gilinsky desligou o ar-condicionado e abriu as janelas da frente, deixando o vento natural invadir o veículo. Ele deu partida no carro, sempre olhando para o corpo pequeno adormecido quando parava em um sinal vermelho. Tudo que ele mais queria naquele momento, era abraçar Johnson ou entender o que estava sentindo por ele.

- G, pode ir mais rápido? Eu estou com vontade de vomitar. - Disse o mais velho.

Assim que o sinal ficou verde, Gilinsky acelerou o carro e chegou em casa mais rápido. O moreno desceu do mesmo e abriu a porta para que Johnson saísse também.

- Você consegue sair sozinho? - O loiro apenas negou com a cabeça.

G pegou o amigo no colo, estilo noiva, e bateu na porta de casa esperando a mesma ser aberta. Que foi o que aconteceu. Katherine encarou confusa o filho e o melhor amigo do mesmo.

- O que houve? - Perguntou preocupada enquanto dava espaço para que o filho entrasse.

- Mãe, pega a mochila dele que ficou no carro, por favor. - G entregou as chaves do carro a mais velha.

- Ok. - Kat saiu e Gilinsky aproveitou para subir.

Sabia que sua mãe iria querer saber o que aconteceu com o mais velho, mas quanto mais evitasse esse assunto, melhor seria.

- O quê está sentindo? - Perguntou o moreno, colocando o amigo em sua cama.

- Eu estou um pouco tonto e não me sinto muito bem. Eu preciso de um banho. - Johnson se sentou na cama com um pouco de dificuldade.

- Eu te ajudo a chegar no banheiro, depois você vai descansar, entendeu? - O mais velho assentiu.

G ajudou o amigo a ir até o banheiro e deixou o mesmo lá assim que o mais velho alegou conseguir tomar banho sozinho. O moreno saiu do quarto e desceu. Se sentia culpado pela situação que o amigo se encontrava.

- Então, vai me explicar o que aconteceu? - Perguntou a mãe de Gilinsky e se sentou no sofá, esperando uma explicação.

- O J passou mal na escola, ele não queria ir para casa, então o trouxe para cá. - Por partes era verdade. - Só não fica enchendo ele de perguntas, ele não está se sentindo bem.

- Eu não sei o que aconteceu, mas não fique tão preocupado assim, entendeu? Tem certas coisas que não podemos evitar. - Falou a mais velha, indo até o filho.

- E se for culpa minha mesmo? - O mais novo encarou a mãe.

- Filho, as vezes as pessoas tomam algumas decisões que nós não podemos evitar, por isso não podemos nos culpar. - Kat pegou a mochila de Johnson e entregou ao filho. - Não fique se culpando por algo que não poderia ter evitado. - Dito isso, a mais velha foi para a cozinha.

No quarto do moreno, Johnson saia do banheiro se sentindo bem melhor. Tinha certeza de que não voltaria a fazer aquilo, pelo menos não em plena consciência, já que dessa vez ficou muito mal. O loiro se vestiu com algumas peças de roupa que estavam no guarda-roupa do melhor amigo e desceu.

- G. - Chamou o mais velho vendo o melhor amigo olhando para o nada.

- Você está bem? - Perguntou o moreno, se levantando do sofá.

- Estou melhor, mas e você? - Johnson foi até o sofá e pegou sua mochila.

- Acho que estou bem sim. - Murmurou o mais novo e logo andou em direção a escada. - Depois nós vamos conversar sobre o que aconteceu hoje.

O loiro se limitou a só assentir.

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Best Friends // JolinskyOnde histórias criam vida. Descubra agora