Quarenta e dois

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Johnson mexia em seu celular e isso estava deixando seu namorado aflito. Desde que chegaram na casa do menor, depois da escola, Gilinsky tentava ao máximo ter a atenção do melhor amigo para si. Impaciente, ele puxou o aparelho das mãos do mais velho, fazendo o mesmo ir para cima de si, tentando pegar seu celular de volta, o que foi em vão.

- Gilinsky, me devolve essa porra! - Esbravejou o de olhos verdes, ficando de pé quando seu namorado fez o mesmo.

- Pode ser sábado - leu Gilinsky. - Ok, sábado, então. Emoticon de coração. - Ele encarou o loiro. - Pode me explicar isso?

- É coisa minha e do John. - Johnson pegou o celular de volta. - Ridículo o que você acabou de fazer.

- Vou embora, então.

O moreno pegou sua mochila e foi embora da casa do namorado, sem nem sequer ser impedido pelo outro. Ao chegar em sua casa, Gilinsky jogou sua mochila em cima do sofá e gritou, sentindo sua garganta doer por tal ato.

- O que está acontecendo aqui? - Katherine entrou na sala desesperada e encarou o filho. - Você está bem?

- Não, mãe, eu não estou. - Jack se jogou no sofá, ao lado de sua mochila. - Johnson quer que eu seja feito de aço, que eu não sinta ciúmes dele. Mas, como vou fazer isso se ele só vive grudado naquele Jonathan? - Desabafou, nem reparando quando sua mãe sentou-se ao seu lado.

- Vamos por parte, ok? - A mais velha disse paciente, recebendo um aceno positivo do outro. - Quem é Jonathan?

- Amigo do Jack.

- E por que você sente ciúmes desse garoto com seu namorado?

- Porque eu vejo nos olhos dele que ele quer o Johnson. - O moreno olhou para Kat. - A senhora me entende?

- Sim, querido. - Ela sorriu. - Quando eu e seu pai éramos jovens, ele também sentia ciúmes quando eu estava com um amigo meu, era sempre uma briguinha aqui, outra ali, mas sempre nos resolviámos.

Gilinsky suspirou, pensando. Talvez Jonathan não fosse afim do loiro, mas qual o sentido da conversa deles dois?

- Eu vejo nos olhos do Johnson o quanto que ele te ama, via isso antes mesmo de vocês começarem a namorar, o brilho naqueles verdes. - Kat disse, interrompendo a linha de raciocínio do filho. - Conversa com ele, deixe que ele te contar as coisas no tempo dele.

- Eu já disse a ele que sinto ciúmes dele, mas ele diz que John é apenas um amigo.

- Então, se você o ama, acredite nele. - A Gilinsky mais velha se levantou. - Por enquanto, dê um tempo para que vocês dois possam pensar sobre isso, ok?

O mais novo assentiu e pegou sua mochila, levantando-se e dando um beijo na testa de sua mãe. Ele subiu as escadas e entrou em seu quarto, indo até seu computador para fazer um trabalho que estava atrasado. Seus pensamentos nunca saíam do loiro que mexeu tanto consigo, e isso atrapalhou um pouco enquanto ele fazia o trabalho. Talvez sua mãe estivesse certa, é melhor dar um tempo para Johnson ficar mais confiável em se abrir com seu próprio namorado.

Assim que o moreno foi embora, Johnson soltou um suspiro pesado. Não queria ter deixado o namorado ir embora daquele jeito, mas era necessário, talvez devesse dar um tempo até ir falar com o mesmo, ou melhor, primeiro falar com John para ver se tinha permissão de comentar sobre o assunto com Gilinsky, já que não era algo de sua vida.

- Ei, o Gilinsky não estava aqui antes de eu sair? - Perguntou Jeff, entrando em casa.

- Estava, mas ele foi embora como pode perceber. - Respondeu o mais novo.

- Vocês brigaram?

- E você se importa? - O mais velho lançou um olhar mortal para o irmão. - Ok, a gente discutiu e ele foi embora, daí eu não impedi.

- Caralho, você não foi atrás? Deixou ele simplesmente ir?

- Sim. - Jack respirou fundo. - Eu o amo muito, mas acho que ele não confia tanto em mim o quanto fala e nós precisamos ter uma conversa muito séria sobre isso.

- Entendo. Então, acho bom vocês pensarem melhor sobre tudo o que está acontecendo na relação de vocês, digo, um relacionamento não se sustenta só com amor, certo? - J assentiu. - Espero que se resolvam, caso contrário, cada um siga com sua vida.

- Terminar com eles está fora de cogitação, eu o amo, e sei que tudo que ele faz é por causa do ciúmes. Sei também que uma parte da culpa é minha porque não conto muita coisa a ele, mas são coisas que eu fico sabendo da vida do meu amigo. - O Johnson mais novo se encolheu no sofá. - Não posso simplesmente contar algo que não é sobre minha vida.

- Acho que uma boa conversa resolverá tudo isso. - Aconselhou o acastanhado. - Eu vou tomar banho e você deveria fazer o mesmo, está com a mesma roupa que foi para escola e isso é sinal de que nem tomou banho ainda. - Arremessou uma almofada no outro. - Porco.

Jeff subiu e Jack fez o mesmo, cada um foi para o seu quarto. O loiro jogou a mochila em cima da cadeira da escrivaninha, logo em seguida indo para o banheiro. Se livrou das roupas em seu corpo e logo entrou no box para tomar banho.

- Johnson, desça para comer, eu estou preparando o almoço. - Avisou Jeff, dando algumas batidas na porta.

- E você sabe cozinhar desde quando?

- Desde quando eu aprendi, otário. - Disse o mais velho e saiu do quarto do irmão.

Johnson terminou de tomar banho e enrolou uma toalha em sua cintura, logo saindo do banheiro. Pegou seu celular que estava em cima da cama e não viu nenhuma mensagem ou ligação de Gilinsky. Talvez fosse melhor os dois ficarem um tempo sem se falar, pelo menos até resolver seu assunto com John. O loiro se vestiu e desceu para almoçar.

- Pensei que não ficaria em casa hoje. - Falou encarando o acastanhado.

- Vou para o treino só amanhã, vai ter que me aturar hoje, pirralho. - J revirou os olhos com o apelido que o irmão tinha dito.

- Posso ser pirralho, mas você é um cabeça de vento. - Soltou o mais novo e logo começou a se servir.

- Como é que é?

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Best Friends // JolinskyOnde histórias criam vida. Descubra agora