Quarenta e cinco

834 71 1
                                    

Gilinsky tocou a campainha da casa de seu namorado e colocou as mãos dentro do bolso de seu moletom, balançando o corpo para frente e para trás. Quando a porta fora aberta, ele parou e sorriu para seu cunhado, mas não houve retribuição. Jeff fechou a porta atrás de si e empurrou o moreno para trás.

- Por que fez isso? - perguntou Jack, sem entender o que estava acontecendo ali.

- Ah, vai se fazer de desentendido agora? Ou você não lembra o que fez com meu irmão? - Jeff cruzou os braços sobre o peito, segurando a enorme vontade de bater no garoto a sua frente.

- Mas eu não fiz nada, Jeff.

O acastanhado perdeu o pouco de paciência que tinha e segurou no colarinho de Gilinsky, fechando sua mão direita em punho e levantando a mesma para bater naquele rosto que estava o irritando. Quando estava prestes a desferir um soco no rosto do moreno, seu braço foi segurado, o impedido de continuar.

- Jeff, ele não fez nada. - A voz baixa de Johnson se fez presente atrás do irmão, que soltou o mais novo e o encarou antes de bufar e entrar em casa. - Desculpa por isso. - O loiro sorriu fraco.

- Meu Deus! O que aconteceu com você, amor?! - Gilinsky abraçou o namorado, depositando beijos em sua cabeça. Johnson gemeu pelo seu corpo completamente está sendo apertado pelo corpo forte do namorado. - Quem te fez isso? Eu vou matar esse desgraçado!

- Primeiro você vai me soltar. - Johnson disse com dificuldade e o aperto do namorado foi suavizado, junto com um pedido de desculpas. - Eu não sei quem era. G, eu estava com tanto medo de morrer. - O menor apoiou sua cabeça no peito alheio, fungando. - Eu só queria vir para casa em paz.

Na noite anterior, Johnson havia saído tarde da casa do mais novo, que insistiu em levá-lo para casa, mas o loiro não quis. Durante o percurso até sua casa, Johnson foi parado por dois caras. Era impossível ver seus rosto por conta da pouca iluminação no local. O coração do menor parou naquele momento, era seu fim, de certeza. Quando viram que o garoto estava quase desmaiando de tantos chutes e socos, os dois caras foram embora correndo.

Johnson chorava muito, seu corpo todo doía e ele não sabia de onde tirou forças para se levantar e ir até sua casa. Ele não conseguia falar e nem dizer quem havia feito aquilo com ele, mas nunca pudera imaginar que passaria pela cabeça do irmão que Gilinsky havia feito toda aquela merda. Depois de contar toda a história para o moreno, Johnson recebeu diversos beijos no rosto, pedidos de desculpas por não ter sido acompanhado até sua casa e carícias por seu corpo.

- Vem, vamos entrar, minhas costas ainda doem. - Falou o loiro, puxando seu namorado para dentro de sua casa. - Jeff? - chamou, tendo a atenção do irmão. - Quero que se desculpe com Gilinsky por ter cogitado a possibilidade dele me bater.

- Foi mal, cara. - Jeff foi até os dois e tocou o ombro do moreno. - Eu estava desesperado, odeio quando alguém mexe com meu maninho. - Johnson revirou os olhos.

- Tudo bem, Jeff, eu entendo. Mas quero que saiba que eu nunca, jamais, em hipótese alguma, faria uma coisa dessa com seu irmão.

Jeff subiu as escadas, deixando seu irmão e o cunhado a sós.

- Acha que eu tenho que ir na polícia? - Perguntou Johnson e se sentou no sofá com um pouco de dificuldade por conta das dores.

- Eles irão pedir para você descrever as pessoas e como não sabe quem são, então acho que vai dificultar um pouco, a não ser que tenha alguma câmera na rua ligada naquele horário ou de algum estabelecimento. - Disse Gilinsky.

- Espera, quando eu estava indo, eu lembro que estava quase perto daquela loja de antiguidades e lá tem câmeras.

- E as câmeras de lá pegam? Porque aquele senhorzinho parece não ligar muito para isso. - Comentou o moreno. - Mas não custa nada tentar, eu vou lá ver se consigo falar com ele, depois volto aqui.

- Caso não consiga nada, está tudo bem. - Admitiu o mais velho. - Mesmo que tenha gravado, não dará para ver os rostos deles, já que nem eu que estava de frente consegui ver.

- Ok.

Gilinsky saiu da casa de Johnson, logo rumou até a pequena loja de antiguidades, assim que entrou na mesma, avistou o senhorzinho limpando um cálice.

- Boa tarde, rapaz. - Disse o mais velho. - O que deseja?

- Boa tarde. Bem, eu não vim comprar nada, mas queria saber se pode me ajudar. - O senhor assentiu. - Meu namorado levou uma surra ontem a noite bem próximo aqui, foram dois caras e eu queria saber se as câmeras do estabelecimento do senhor estão funcionando.

- Claro que funcionam, rapaz. - Confirmou o senhor e logo sorriu. - Todo mundo fala que não funciona porque aqui é uma loja e eu só coloco para assustar, mas eu irei pegar as gravações de ontem a noite. - Ele saiu.

Gilinsky se sentiu aliviado, mesmo que não soubesse quem era exatamente, saber o que estavam usando na noite anterior, já ajudaria muito. O senhor voltou com um notebook em suas mãos e virou para o mais novo.

- O senhor tem alguma ideia de quem possa ser? - Perguntou o moreno e o dono do estabelecimento voltou a assentir. - Quem são?

- Esses dois homens já estão andando por aqui há muito tempo, seu namorado não é o primeiro a levar surra deles. - Explicou procurando algo em seu notebook e logo o virou para Gilinsky novamente. - Eles passaram por aqui mais cedo e a câmera gravou o momento exato, dar para ver os rostos.

Jack ficou feliz pois saberia que aquela gravação ajudaria muito os policiais, ainda mais porque os homens ainda estavam usando as mesmas roupas.

- O senhor pode passar isso para um pendrive? - O senhor entregou o pendrive ao moreno.

- Por favor, avise logo a polícia sobre esses homens, eles estão tornando o bairro perigoso, sabe lá quantos deles tem por aí, mas só de saber que dois deles foram presos, eu já irei me sentir aliviado.

- Muito obrigado pela ajuda. - Agradeceu o Jack.

- Não precisa agradecer, garoto. Faça o certo. - Pediu o mais velho.

O moreno saiu da pequena loja e voltou, praticamente, correndo para casa de seu namorado para dar a notícia ao mesmo. Quando chegou na casa, apertou a campainha e a porta foi aberta pelo menor.

- Conseguiu? - Perguntou Johnson.

- Sim, e consegui a gravação que mostra os rostos dos homens, a gente pode ir na polícia quando suas dores passarem.

  ◎ ─━──━─❖─━──━─ ◎

Best Friends // JolinskyOnde histórias criam vida. Descubra agora