Cinquenta

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De todos os lugares que você pode imaginar estar com alguém que você ama, o mais improvável é distante. Está longe de Johnson, fingindo que ele nunca foi nada, doía em Gilinsky, que chorava enquanto arrumava sua mala. Ele segurou a camisa que havia ganhado de seu melhor amigo, inspirando o cheiro que exalava e não hesitando algumas lágrimas descerem. Jack suspirou fundo e colocou a camisa na mala, fechando a mesma e olhando tudo ao seu redor.

Sentiria falta de tudo isso, principalmente das pessoas. Sua família, seus amigos, tudo isso ficaria para trás e faria falta. G enxugou suas lágrimas e colocou sua mochila nas costas, arrastando sua mala para fora do quarto. Ele desceu as escadas e parou na sala, onde seus pais e sua irmã estavam.

- Tem certeza que é isso que você quer? - Molly perguntou, segurando as mãos do irmão e sorrindo triste.

- Tenho, Molly. - Jack abraçou a irmã. - Vou sentir sua falta.

- Eu também, então, trate de se cuidar lá, ok? - O moreno assentiu e se soltou do abraço.

- Você vai fazer muita falta. - Katherine falou, beijando a testa do filho e o abraçando.

- Também sentirei sua falta, mãe.

- Qualquer coisa, saiba que sempre estaremos aqui. - David garantiu, batendo no ombro do filho. - Sentiremos sua falta.

- Ai, gente! - Gilinsky sorriu, enxugando as lágrimas que insistiam em cair. - Eu amo muito vocês!

Eles deram um abraço coletivo, todos aos prantos. A buzina do táxi foi ouvida e eles se soltaram. Jack havia feito questão de seu pai não o levar, assim seria mais fácil de se despedirem. David pegou a mala do filho e eles saíram de casa, Gilinsky abraçando as duas mulheres de sua vida de lado, sorrindo das broncas que Katherine dava caso ele fizesse algo de errado ou se machucasse muito grave. Depois de colocar a mala do filho no porta-malas do carro, David se virou para sua família e abraçou seu filho mais uma vez.

- Mande notícias todos os dias - ordenou ele, soltando o filho. - Vai lá, filhão!

Jack sorriu e entrou no carro, acenando para sua família quando o carro começou a se movimentar. Ele encostou a cabeça na janela e fechou seus olhos com força quando passou pela casa de seu pequeno. Seria pedir demais uma final que nem nos filmes? Onde, a garotinha vai atrás de seu amado no aeroporto e eles ficam juntos para sempre. Gilinsky suspirou ao saber que aquilo nunca aconteceria, era apenas ficção. Então esse era o fim? Era assim que ele e Johnson iriam terminar?

Doía se satisfazer com isso, mas era a realidade e doía muito. O táxi parou em frente ao aeroporto e Jack desceu do mesmo, pegando sua mala e pagando ao motorista. Ele pegou seu passaporte enquanto entrava no aeroporto e foi fazer o check-in. Não demorou muito para seu vôo ser chamado e ele foi até a área de embarque, esperando pacientemente sua vez chegar. Quando ele chegou, o moreno entregou seu passaporte a moça, que desejou uma boa viagem assim que entregou o passaporte ao garoto.

Johnson entrou correndo no aeroporto. A todo momento olhando ao seu redor para ver se via o melhor amigo. Não podia deixar Gilinsky ir, não enquanto ainda o amava e precisa do moreno consigo. O loiro avistou o mais novo quase embarcando, como não chegaria a tempo na área de embarque, gritou o nome do mesmo, atraindo não só a atenção do melhor amigo, como de outras pessoas também.

- O que faz aqui? - Gilinsky perguntou, indo até o amigo.

- Você não pode ir embora. - Falou Johnson, ainda ofegante.

- Por que não? Olha, eu tenho que embarcar, a gente se fala por mensagem.

- Espera, você não pode ir mesmo. - O loiro segurou o braço de Gilinsky, fazendo o mesmo o encarar. - Eu te amo e você sabe que se eu não amasse, não teria corrido até aqui. Sei que tivemos nossos problemas, mas nós sempre superamos isso, só não vai embora, por favor.

- Eu tenho que ir, eu lamento. - Disse o mais novo.

- Não, você não tem. Eu só quero te dizer que se está fazendo isso porque está com a cabeça a mil e quer dar um tempo, podemos ir para outro lugar juntos. Califórnia, por exemplo. Só não quero que vá embora e me deixe aqui sozinho, nada na minha vida é o mesmo sem você. - Confessou o menor. - Se caso tiver indo porque é algo que quer muito, então eu acho que aguento ficar um tempo sem te ver, porque eu sei que vai está feliz.

O Jack mais velho sabia que Gilinsky não estava indo embora só para dar um tempo longe de tudo, mas também porque não via mais motivo para ficar ali e se ele não tinha motivos para ficar, o loiro daria vários até o mesmo desistir.

- Senhor, precisa embarcar, o vôo vai sair em poucos minutos. - Avisou a moça na porta de embarque.

Gilinsky olhou para o melhor amigo e olhou para a moça. Respirando fundo, logo se virando para o menor.

- Eu vou ficar. - Afirmou o moreno.

- Tem certeza, senhor? - Perguntou a moça.

- Sim. - Reafirmou Gilinsky.

- Sabia que iria tomar a decisão certa. - Contou Johnson.

- Você não desiste mesmo, não é? - Indagou, abraçando a cintura do loiro.

- Gilinsky, eu não passei anos da minha vida esperando uma oportunidade para namorar com você, para deixar você simplesmente ir embora, ainda mais que a culpa disso também fosse minha. - Johnson passou os braços ao redor do pescoço do namorado. - Eu te amo.

- Eu também te amo.

Algumas pessoas que estavam no aeroporto batiam palmas, outras gravavam ou ignoravam pois estavam atrasadas para pegar seu vôo. Já os Jack's pareciam ter criado uma bolha ao redor deles para nada os atrapalhar. Os dois tiveram certeza naquele momento que nada iria separá-los e que não deixariam um ao outro nunca mais.

O loiro puxou o rosto do maior, colando os lábios um do outro, dando início a um beijo cheio de amor e saudade de ambas as partes. O menor não podia negar que ficar longe de Gilinsky por tanto tempo foi difícil e está com ele naquele momento estava lhe deixando feliz de uma maneira inexplicável.

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FIM!

Best Friends // JolinskyOnde histórias criam vida. Descubra agora