Dezessete

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Já era noite e Gilinsky preparava o jantar com sua mãe, enquanto seu melhor amigo dormia em seu quarto.

- Você tem certeza que não aconteceu nada? - Indagou Kat, olhando para seu filho. Ela mexia a panela de salsicha com uma colher de pau.

- Nós discutimos. - O moreno suspirou. - Mas está tudo bem agora.

- E o que ele fez para estar daquele jeito?

Jack desviou o olhar de sua mãe, não querendo dizer que Johnson havia fumado maconha. Era difícil para ele falar aquelas palavras. O loiro havia prometido que não fumaria mais, mas ele o fez, e tudo isso era culpa do mais novo.

- Tudo bem se não quiser falar - continuou a mais velha. - Agora vá chamá-lo, o jantar está pronto. - Ela desligou o fogo.

Gilinsky correu, subindo as escadas e entrando em seu quarto. Seu coração quase parou ao ver a linda imagem: Johnson dormia tranquilamente, seu corpo todo encolhido e coberto pelo lençol grosso; seu cabelo bagunçado e a boca entreaberta. Aquela cena era, adoravelmente, adorável. Ele se aproximou da cama e se sentou na mesma, passando uma mão pelos cabelos loiros,

- J, acorda, vamos comer - sussurrou o moreno, se xingando por ter acabado com aquela cena.

Johnson abriu seus olhos lentamente, se acostumando com a claridade do quarto e a terrível dor de cabeça que estava sentindo. Ele sorriu ao ver seu melhor amigo ali.

- Eu dormi muito? - perguntou ele, sua voz baixa e sonolenta.

- Não, anjo.

Era a primeira vez que G o chamava de anjo sem ser sarcasticamente. O menor sorriu largo, seus olhos se fechando e formando pequenas ruguinhas. Ele se sentou, a camisa larga do moreno cobrindo seu corpo. Os dois se levantaram lentamente e saíram do quarto. O mais velho na frente, seu pequeno corpo coberto apenas pela camisa de Gilinsky.

O moreno reparou como a bunda do Johnson ficava marcada enquanto ele descia as escadas. Ele deveria parar de reparar tanto no corpo de seu amigo, mas ele não conseguia segurar, por mais que tentasse. Eles entraram na cozinha e sentaram lado a lado. Katherine os serviu silenciosamente, sem querer constranger o amigo do filho.

- Obrigado, tia. - Johnson agradeceu ao ser servido.

A mais velha apenas sorriu e se sentou após se servir. Eles comem em silêncio. Os mais novos pensavam sobre como seria depois do jantar, já a mais velha tentava descobrir o que realmente estava acontecendo. Depois de comerem, os garotos ficaram para lavar e enxugar os pratos, enquanto Katherine foi liberada para ir até o trabalho do marido. Johnson ficou com a parte de enxugar os pratos e se odiou por ter que fazer isso quando foi guarda um prato na parte alta do armário.

De repente, seu corpo foi suspenso do chão e ele gritou. As mãos fortes de Gilinsky o segurava, enquanto ele guardava o prato. Depois, o moreno sentou seu melhor amigo no balcão, ficando entre suas perna. Suas mãos agora nas coxas alheias, que estavam completamente descobertas.

- Eu não aguento mais - murmurou o maior.

Antes que Johnson pudesse perguntar qual o sentido daquela frase, seus lábios foram tomados pelos outros. O loiro levou suas mãos até a nuca de seu melhor amigo, acariciando os cabelos dali. Seus lábios estavam apenas juntos, sem se mexerem e sem línguas entre eles.

- G, acho melhor a gente parar. - Johnson segurou nos ombros do amigo e afastou um pouco o outro.

- Por que? Minha mãe não vai voltar agora, relaxa. - Disse o moreno.

- Não é isso, mas é que talvez não seja legal estarmos nos beijando sem termos nada. Eu não me sinto tão confortável. - Confessou o menor e desceu do balcão.

Gilinsky respirou fundo e logo fez a pergunta que tanto estava rondando sua cabeça.

- Você fumou daquele jeito só por causa da nossa discussão ou teve algo a mais?

Johnson olhou para o amigo rapidamente e logo encarou o chão. Talvez se não contasse, seu amigo ficaria se culpando por algo que, de certa forma, não teria nada a ver com o mesmo.

- Eu só estou com medo, G, de tudo. - Começou Johnson. - Sei que você ainda está meio confuso e tudo está acontecendo rápido demais, eu não quero arriscar ficar com você, seja lá como for e acabar me apegando, porque se você arranjar outra pessoa, como eu vou ficar?

O moreno respirou fundo e se encostou no balcão. Não fazia ideia de que o outro pensava assim, sabia que também estava, de uma forma indireta, se referindo a Madison.

- Eu não vou voltar para a Madison, J, você viu tudo o que ela fez para mim, seria muita burrice eu voltar para ela. - Falou o mais novo.

- Não estou só me referindo a Madison, pode ser qualquer pessoa, G, porque eu não faço a mínima ideia do que está se passando aqui. - O menor aponta para o coração do moreno.

- Nem eu sei o que está se passando aqui dentro, mas eu não quero te perder, você é muito importante para mim. - Confessou Gilinsky. - Sei que é ruim está com alguém sem saber se aquela pessoa está te levando a sério ou é só coisa de momento mesmo, mas eu nunca te usaria para suprir alguma necessidade minha.

- Eu sei que não, porque mesmo a Madison te tratando daquele jeito, você continuava com ela, não que fosse idiota da sua parte, mas você mesmo sabia o que estava se passando entre vocês dois. - O loiro levantou a cabeça para olhar o amigo. - Você tem um coração muito grande para tratar as pessoas como nada, só acho que você demora para perceber o óbvio.

- Eu sempre fui assim, por isso que perdi muita coisa, mas dessa vez eu não quero errar. Mas eu te entendo, passou muito tempo gostando de mim e se por acaso você cansou disso, apenas me fale que eu vou respeitar a sua decisão. - Disse o mais alto e logo saiu da cozinha.

Johnson se mantinha no mesmo lugar, agora encarando o espaço vazio onde antes estava ocupado pelo corpo de Gilinsky. Não queria desistir do mais novo assim tão fácil, mas tinha passado tanto tempo gostando do mesmo sem que ele percebesse. Talvez tudo aquilo tenha ficado cansativo, no fundo o loiro só não queria ser só uma diversão do outro.

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Best Friends // JolinskyOnde histórias criam vida. Descubra agora