Always by your side

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― Ei Killian. ― A Sargento é a primeira a falar. Seu tom parecia cansado, o que poderia ser entendido pelo outro como uma chateação pela ligação, mas na verdade, ela estava triste pela expressão que viu no rosto da amiga quando deixou o quarto para atender a ligação e entender que ela achava que os dois tinham algo. Swan tinha certeza que era ciúme. Mais uma vez. Não era a primeira vez que Regina demonstrava esse tipo de sentimento para com ela, principalmente se o Bombeiro estivesse no meio. Jamais esqueceria a pequena discussão que teve quando a morena saiu citando seus possíveis casos, no caso o Michael, a Catherine e o Killian, assim como ela não ficou por baixo e citou Luz e Ruby. Emma já havia percebido os sentimentos que vinham rondando as duas pouco antes do que aconteceu com Mills, mas além de não terem conversado sobre isso desde que a morena lhe disse que estava com saudade das duas, ela não tinha total certeza do que via refletido nos olhares, sorrisos e palavras de Regina. Seus sentimentos eram uma incógnita. Ela não conseguia decifrar se tudo que Regina sentia se restringia ao que tiveram, ou se tinha algo mais, como gostaria que tivesse e assim como tem da parte dela. Não era à toa que a loira tinha receio e se esquivava de demonstrar o que sentia por ela, além de que, tinha medo de estragar a amizade mais uma vez.

Ei, Emma... ― O moreno respondeu pouco empolgado e Swan estranhou, mas sua voz também parecia sonolenta, então pensou que poderia ser por conta disso. ― Você está livre? ― Seu tom é hesitante. ― Sei que já está um pouco tarde, mas será que poderíamos nos ver?

Emma afasta o celular da orelha por alguns segundos e olha a hora. Faltavam dez minutos para 10:00.

― Killian, eu... ― Interrompe-se e respira fundo, criando coragem para dizer o que tinha em mente. Assim como fez com Catherine mais cedo, precisava fazer com Killian. Se queria tentar algo com Regina futuramente, precisava deixar claro o seu pensamento sobre os dois, precisava deixar claro que não teriam e nem mesmo poderiam ter algo, precisava deixar claro que seu coração e mente pertenciam à outra pessoa e que era com essa pessoa que tinha a intenção de passar o resto de seus anos, mesmo que ainda não tivesse total certeza da reciprocidade dos sentimentos e nem mesmo tenham conversado sobre o assunto. ― Claro! No Washington de novo? ― Pergunta desistindo de já tocar no assunto. Não queria ter aquela conversa por telefone. Ele não merecia. Ninguém merecia.

Pode ser! ― Ele responde prontamente e os dois encerram a ligação.

A Sargento guarda o celular no bolso e pega a chave do carro na jaqueta, vai até o quarto de Regina para lhe avisar que iria sair por alguns minutos, mas que não pretendia demorar, mas ao entrar no cômodo encontra a morena dormindo. Então, ela se aproxima devagar da cama, cobre-a e beija sua testa carinhosamente.

Cinco minutos depois, ao chegar no local marcado com o moreno, Emma estaciona o carro há alguns metros, compra um cachorro-quente no primeiro carrinho que vê e segue para perto dos bancos, o mesmo lugar que ficaram da outra vez. Apesar do horário, o lugar estava bem movimentado.

Ao se aproximar da área dos bancos, Emma enxerga o Bombeiro de longe e acelera seus passos. Jones estava tão focado em um grupo de amigos que nem havia percebido a sua chegada.

Chegando mais perto dele, a loira percebe seu rosto coberto de lágrimas, o nariz vermelho e um olhar extremamente triste.

― Ei, o que aconteceu? ― Pergunta preocupada, sentando-se ao seu lado. Killian olha para a Sargento por alguns segundos e se desmancha em lágrimas novamente, cobrindo o rosto. Então, sem pensar duas vezes, Swan enfiam o resto do cachorro na boca e o abraça apertado.

Os dois ficam por alguns minutos em silêncio, até que o moreno se acalma um pouco e desfaz o contato.

― Meu irmão... ― Murmura, com o olhar perdido no chão. ― Há tanto tempo eu vivo sozinho e estava tão feliz por ter encontrado alguém sangue do meu sangue, apesar dos pesares... ― Balança a cabeça negativamente, enxugando as lágrimas. ― No começo eu estava muito envergonhado com tudo o que ele fez, principalmente à Regina, e não conseguia nem ficar feliz por ter encontrado alguém da família, mas os dias foram se passando e em pouco tempo eu acabei me apegando a ele e parecia que já nos conhecíamos há anos... ― Sua voz sai falha por causa da emoção. ― Liam vai ser julgado daqui a três meses, mas um colega meu já me disse a sentença... ― É tudo que diz, pois logo cai num choro novamente. Entendendo qual será a resolução do julgamento, os olhos verdes também se enchem de lágrimas, não pelo homem culpado por Regina estar em uma cadeira de rodas, mas pelo homem que está ao seu lado, e o puxa para os seus braços mais uma vez. ― Eu sei que ele merece, mas... ― Inesperadamente, ele se agarra mais a Sargento e solta um grito abafado, assustando algumas pessoas ao redor.

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