Às vezes gosto de pensar que sou destinado a amar tanto alguém que me faça querer fazer coisas que nunca imaginei fazendo por ninguém, dentro dos limites, antes de chegar à humilhação, é claro.
Você me faz pensar as frases mais bonitas, bolar as cenas mais emotivas e ouvir as músicas mais perturbadoras que eu poderia ouvir. Me faz querer sair de um canto da cidade só pra sentir o calor dos seus braços com as pontas dos dedos. Me faz perder horas desnecessárias escrevendo notas que você nunca vai ler. Se ler, vai amassar. Não por vontade, mas por falta de opção. Não te convém nem apetece fazer delas qualquer outra coisa.
E assim caio em outro destino. Aquele onde eu devo ser amado, ser tão amado que me faça querer expulsar qualquer barulho do quarto, pra ouvir a unica respiração além da minha, e nisso ficar por horas, até que aquela silhueta transparente acorde.
Silhueta transparente por que é assim que vejo meus dias. Vejo alguém, sem ver quem. Isso quando estou sob controle. Mas agora, me transbordando em velocidade absurda, tragando letras noturas e chorosas, só consigo ver, no lugar dessa silhueta, você.
