Capítulo 26 - 27

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Lamentável perda

Foi uma das noites mais longas que Vanessa passou em claro.

Não entendia como, ao seu lado, Felipe poderia dormir tão tranqüila e profundamente.

Antes de o relógio despertar, ela se levantou, tomou um banho e arrumou-se.

Arrumou Rafael que, sonolento como sempre, desceu e esperou o transporte escolar.

Encontrando-se com Leda, que também colocou o filho no mesmo transporte, comentou:

- O Felipe está tomando café. Vou subir e pegar minha bolsa e nos encontramos na garagem.

- Vamos com meu carro ou você acha melhor pedirmos um táxi?

- Não sei... – Vanessa titubeou.

- Vamos no meu carro – Leda decidiu. – Saímos do prédio e ficamos ali na esquina esperando. Ele terá de passar por lá e aí o seguimos.

- Ele não pode perceber, hein? – disse a outra com olhar nublado e imensa tristeza na voz como se implorasse.

- Vai dar certo – apertou suas mãos e ofereceu leve sorriso triste. Sabia da dor e da angústia que a amiga sentia. – Agora vá rápido. Estou descendo pra garagem.

Assim foi feito.

O espírito Ceres acompanhava tudo e praticamente nem precisava interferir. Vanessa estava angustiada e nervosa o suficiente para fazer tudo errado e não ir pelo caminho mais sensato, que era o de conversar com Felipe sobre tudo o que sabia e desconfiava.

Não demorou, Vanessa e Leda aguardavam, no carro parado na esquina, a saída de Felipe.

A rua onde estavam era de mão única, permitindo, tão somente, que ele ao sair, passasse frente à esquina onde elas esperavam.

- Deixei o Felipe se arrumando.

- Onde você disse que iria?

- Conversar com o médico do Rafael. Ele ainda lamentou não poder ir junto. Disse que tinha agendado um compromisso inadiável. Desgraçado – murmurou com raiva.

Espíritos zombeteiros e infelizes que se compraziam com o mal-estar de encarnados, atraídos pelas vibrações e pensamentos, aproximaram-se de

Vanessa e estimulavam-na com energias inferiores e sentimentos duvidosos.

- E se o Lipe vir o seu carro na garagem?

- Ai... Eu não pensei nisso – tornou Vanessa preocupada. Logo considerou: - Que se dane. Já estou aqui e não dá pra fazer nada.

- Olha lá ele! – quase gritou Leda. – Está saindo. Abaixa aí! – exclamou, sussurrando no minuto seguinte. Imediatamente ligou o automóvel para ficar pronta para seguir o outro.

Sem qualquer desconfiança, calmamente, Felipe saiu da garagem, deixando o prédio, passou frente à esquina onde elas estavam, sem notá-las, e seguiu para o seu destino.

Sem perceber que foi seguido, estacionou a Pick-up próximo de um considerável hotel e seguiu para a recepção.

Leda fez o mesmo, apesar da dificuldade para encontrar uma vaga.

- E agora?

Vanessa não respondeu e, automaticamente, desceu do veículo.

- Droga! – protestou Leda que correu atrás da amiga, mas antes teve de fechar o seu carro. – Vanessa! Vai com calma – pediu quando chegou ao seu lado.

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