Capítulo 9 e 10

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De vez em quando irei presentia-lás com capítulos duplos....Beijos e boa leitura.



A doença de Rafael

Caminharam pela estradinha em direção ao lago.

Vanessa, sorridente, olhava a todo o momento para o garoto nos ombros de Felipe e parecia feliz ao observar o menino satisfeito, aproveitando cada segundo. Ela nunca tinha experimentado aquela sensação de ver o filho tão feliz. Talvez fantasiasse que Felipe era o pai de Rafael e, muito provavelmente, o menino fizesse o mesmo.

- Por favor – pediu ela -, vamos por ali, pelas sombras das árvores. Ele não deve ficar muito exposto ao sol.

- Então vamos para a sombra! – brincou o rapaz, trotando novamente para agitá-lo. – Ao ouvi-lo rir gostosamente, perguntou: - A visão daí é boa?

- É legal! – respondeu alegre.

- Pois é assim que vai ver tudo quando crescer.

- Vou ficar do seu tamanho? – tornou o garoto.

- Acredito que sim.

- Como pode saber, tio?

Vanessa procurou pelo olhar de Felipe e ambos sentiram a mesma sensação apreensiva, e o rapaz respondeu:

- Porque você já é um garoto grande. Eu tinha o seu tamanho quando estava com a sua idade.

- O Rafael quer ser bem alto – explicou a mãe.

- Minha mãe me falou que meu pai é alto, beeemmm alto! – novamente trocaram olhares onde disseram palavras que não foram ouvidas. O menino continuou: - Tio, eu não conheço meu pai. Minha mãe falou que ele mora muito longe. Eu queria muito que ele viesse aqui, mas ela disse que não dá porque ele trabalha muito.

- Vamos parar aqui – pediu Vanessa ao chegarem perto de um banco gracioso, sob uma árvore frondosa. Ela não suportava mais aquela conversa, aquela situação.

Rafael parecia adivinhar quem Felipe era.

O rapaz ficou apreciando o gigantesco flamboyant, espetacularmente florido, que derramava um galho sobre o lago, quase tocando a água.

Sentaram-se e Rafael foi colocado entre eles.

Vanessa olhou para Felipe, que estava bem sério, virou-se para o filho e contou:

- O Rafael sempre quis saber sobre o pai dele. Sempre me fez perguntas e, nos últimos tempos, tem feito mais ainda. Mas nunca falou assim perto de outras pessoas. Nunca falou do pai perto de estranhos.

- É que todos os meus colegas têm pai, menos eu.

- Você também tem um pai, só que ele mora muito longe, meu bem – disse a mãe.

- Mas eu nunca vi o meu pai. Ele nunca veio me ver. – Voltando-se para Felipe, revelou: - O nome dele é Diogo.

- Filho, preste atenção – interrompeu-o. – Eu nunca fui atrás do seu pai.

- Mas você disse que não sabia mais onde ele morava. Disse que ele se mudou para longe.

- E não sei onde ele mora mesmo. A mamãe não conhece onde ele mora. Por isso eu procurei o tio Felipe. Ele também morava longe e só agora voltou. Dei sorte em encontrá-lo. Ele é seu tio de verdade. Ele é irmão de seu pai.

Rafael olhou rapidamente para Felipe, fitando-o por longo tempo.

Percebendo que Vanessa ficou nervosa e não sabia mais o que dizer, Felipe falou:

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