Capítulo 13 e 14

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Reencontrando o irmão

Com o passar dos dias os resultados de Histocompatibilidade dos avós e tias de Rafael, para encontrar um possível doador, foram negativos.

Vanessa tentava se conter, mas entrava em desespero e se amparava em Felipe, que a acolhia.

Por outro lado, estava sendo difícil convencer Diogo para voltar ao Brasil sem lhe dar uma explicação razoável.

Certo dia, na sala de jantar luxuosa da elegante residência do senhor Weber, a família se reunia durante um almoço.

- Vamos precisar contar por telefone mesmo – decidiu o pai.

- E deixá-lo lá, desorientado, confuso para lidar com a situação até retornar? Como acha que vai ser o impacto dessa notícia? – indagou Felipe.

- Já tentei de tudo para persuadi-lo – tornou o senhor.

- Eu também. Estou pensando em pegar um avião e ir até lá.

- Faria isso, Felipe? – questionou a mãe.

- Acho que é o jeito.

- Talvez seja o melhor a fazer mesmo, filho. O caso do Rafael se complica. Estive conversando com a Vanessa... – dona Elza se emocionou. – Estão procurando um doador nos cadastros do REDOME, mas até agora nada.

- Bem, gente! Acho que é isso mesmo. Vou para Berlim – decidiu Felipe. – Preciso ligar para a Vanessa, fazer uma mala... Ligar para a operadora do celular...

- Filho, como vai ser quando o Diogo souber sobre você e a Vanessa?

- Já falamos disso, mãe. Mas por que vocês só se preocupam com o Diogo?

- Felipe, quem está custeando aquele hospital, o apartamento onde ela está e tudo?

O filho ofereceu um sorriso quase irônico, tirou o guardanapo do colo, secou a boca e o colocou sobre a mesa, em seguida respondeu:

- Que bom que se interessou um pouco mais, pai. É o seguinte: a Vanessa decidiu vender uma pousada muito boa que tinha em Campos do Jordão. O negócio rendeu um bom valor. Ela foi esperta. Parte do dinheiro usa para o tratamento do Rafael e a outra parte investimos em uma sociedade. Eu e ela abrimos uma empresa de viagens, especializada em turismo nacional e internacional. Cruzeiro de navio é o forte do negócio com viagens pela costa brasileira e América do Sul. Temos pacotes internacionais de navio ou avião e os negócios estão crescendo. Já temos agencia em quatro

shoppings de São Paulo e estou abrindo duas em shoppings do Rio de Janeiro.

O senhor Weber se sentiu envergonhado por não ter se interessado por aquele assunto até então. Mesmo assim, perguntou:

- Estão precisando de alguma ajuda financeira para cuidar do Rafael?

- Não, pai. Obrigado.

- Se precisar, é só falar. Desculpe-me por não ter tocado nesse assunto antes, é que...

- E se o Rafael fosse levado para o exterior? Isso não o ajudaria? – indagou a senhora preocupada.

- Não, mãe. No caso dele, não. O problema é não encontrar um doador compatível.

- Depois que contei a história do Rafinha lá na empresa todas as minhas amigas procuraram um Hemocentro e se cadastraram para serem doadoras. Acho que, por falta de informação, as pessoas não são solidárias – comentou Priscila.

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