6; Soon to be over.

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As dez da manhã, eu estava no aeroporto de Paris, puxando minha mala de rodinhas, com o celular na orelha e minha bile quase saindo pela minha boca em nervosismo. Tentava ao máximo atrasar minha mãe.

Por algum motivo (que, creio eu, tenha sido a boca de uma certa Alya Cesaire) minha mãe havia descoberto que eu estava gravida e estava furiosa. Não, não pelo fato que eu estava gravida, mas pelo fato que estava nítido que era a ultima a saber, por isso estava fazendo papai dirigir cento e trinta e cinco quilômetros de Rouen para Paris.

No fundo, rezava para que a A13 estivesse congestionada, por mais maldoso que isso soe. Se ela chegasse antes de mim, eu estaria fodida.

Entrei em um taxi enquanto enfiava o celular dentro da minha clássica Chanel. Me mexia inquietamente enquanto o motorista dirigia, e olhava pela janela. Paris estava nublada, o que significava que poderia chover a qualquer momento. Aquilo não me era tão importante, ou interferiria em algo na minha vida. Eu passaria o resto do dia naquele apartamento.

Adrien pegaria outro voo no fim do dia para Paris. Isso não me incomodava, até pelo fato que, mesmo se vivêssemos juntos, não poderíamos passar o resto do dia lado a lado. O que eu diria para os meus pais?

Oh, sim, eu estou gravida! E esse aqui é o pai do meu filho. A propósito, ele é um modelo super famoso, também filho do meu chefe e um dos diretores da empresa, o que também faz dele meu chefe, e ele está noivo! Que maravilha, não? Haha! Mas deixemos isso de lado, o que acham de um chá?

Definitivamente, mamãe me faria ver a luz antes da hora, e garanto que não é a do parto.

Paguei a corrida quando o taxista estacionou, e nunca subi tão rápido para o meu apartamento. Voei para o quarto, e escondi a mala sob a cama. Desfaria quando mamãe e papai fossem embora. Só tive tempo de trocar de roupa antes de ouvir a campainha tocar, ecoando por todo o apartamento.

Ajeitei meu pijama para que parecesse que nem mesmo havia saído de casa nessa manhã. Andei até a porta, pronta para o surto de Sabine Cheng.

— Bom dia m...

— Marinette! — Adentrou o apartamento sem me deixar terminar. Rolei os olhos. Era típico de mamãe quando estava irritada. Papai parou, me deu um abraço e um beijo carinhoso na testa, antes de segui-la, fechei a porta.

— Sim?

Segui-a até a sala, e me sentei no sofá. Ela se manteve em pé, em minha frente. Cruzou os braços.

— Quando iria nos contar?

Dobrei os joelhos sobre o sofá, e suspirei.

— Essa semana.

— Não minta!

— Não estou mentindo, mama. — Bufei. — Estava sem tempo. Pensei em ir ontem para Rouen, mas estava cansada.

— Por que não ligou?

— Uma gravidez não é algo que se conte por uma ligação.

— Também não é algo que se esconda por quatro meses! — Mamãe bufou, e se sentou ao meu lado. Papai se sentou do outro. — Querida, somos seus pais! Já passamos por isso, e queremos te acompanhar nessa jornada!

— Sei disso, como sei que só querem o melhor, mas preciso me virar sozinha também.

— Entendemos isso, filhota. — Papai colocou a mão sobre meu ombro. — Por isso queremos te ajudar, e não te sufocar. Queremos que saiba que estaremos aqui para você a qualquer momento. Pode nos ligar sempre que precisar.

— Viremos a qualquer momento, filha. — Mamãe puxou meu rosto. — Qualquer momento mesmo, até de madrugada! Se precisar, podemos ficar aqui em Paris durante os meses que...

Can't Keep My Hands To Myself.Onde histórias criam vida. Descubra agora