Capítulo 3 - Eu faço qualquer coisa por ti, Georgiana

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Quando acordou, focou o olhar diretamente no teto com pinturas de flores e arabescos coloridos sob o fundo branco, porém pouco depois desvia o olhar e observa Darion, sentado numa poltrona perto da janela com o rosto pousado nas mãos

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Quando acordou, focou o olhar diretamente no teto com pinturas de flores e arabescos coloridos sob o fundo branco, porém pouco depois desvia o olhar e observa Darion, sentado numa poltrona perto da janela com o rosto pousado nas mãos. Tentou erguer a cabeça da almofada sem sucesso, sentia-se sem forças e com um calor sobre-humano, como se tivesse uma chama no seu rosto.

— Darion... — tentou chamá-lo, mas a sua voz saiu como o arranhar das garras de um gato sobre uma superfície lisa.

Mas foi o suficiente para ele erguer a cabeça de supetão e aproximar-se da cama apressado.

— Graças a Deus! Finalmente acordaste. — exclamou o duque segurando na sua mão, depositando lá um beijo demorado.

Tocou no rosto dela e depois na sua testa.

— Estás a arder em febre. — constatou suavemente. — Por onde é que andaste, Georgiana?

Georgiana soltou um suspiro cansado, não tinha força nem para falar quase.

— Henry... Bateu-me... Outra vez.

— Henry bateu-te? — inquiriu Darion e ela assentiu quase impercetivelmente.

De repente o silêncio recaiu sobre a divisão, Darion ergueu-se e caminhou até à janela com as mãos atrás das costas, e embora não visse o seu rosto, sabia que ele estava sério.

— Há quanto tempo?

Não respondeu na hora, e sentindo o seu ar confuso, o duque voltou-se para ela sem sombra de sorriso no seu rosto pálido.

— Há quanto tempo ele anda a bater-te? — repetiu, desta vez sucintamente.

Georgiana fechou os olhos e suspirou, demonstrando o quão delicado aquele assunto era.

— Desde que nos casamos. — proferiu quase num sussurro.

— Há dois anos?! — o choque e a ira eram nítidos no tom de voz do duque.

A lady apenas assentiu com os olhos fechados.

Não sabia o que doía mais, ser agredida ou falar no assunto, mas mesmo que dissesse a alguém o que passava com Henry, dificilmente alguém contornaria a situação. Tinha chegado a essa conclusão há muito tempo.

Tentou sentar-se na cama mas não conseguiu, devido a isso Darion ajudou-a com cuidado e com um toque carinhoso, algo característico dele.

— Porquê que não me disseste nada? — inquiriu com a voz suave.

Georgiana olhou-o enquanto segurava a vontade de chorar, e muito a alegrava saber que tinha alguém que se preocupava com ela e que estava disposto a ajudá-la.

— E do que adiantaria? Ele é o meu marido. — retorquiu quase num sussurro, deixando as lágrimas caírem.

— Eu arranjaria maneira de te ajudar. Faria qualquer coisa... Eu faço qualquer coisa por ti, Georgiana.

A Rosa E A TempestadeOnde histórias criam vida. Descubra agora