Capítulo 7 - Novas sensações

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O dia começara tão sombrio que a luz do sol não dava o ar da sua presença

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O dia começara tão sombrio que a luz do sol não dava o ar da sua presença. Nessa manhã Darion foi visitar a mãe e quando regressou, na privacidade o seu escritório, chorou desalmadamente nos braços de Georgiana, numa dor que só ele, como filho, conseguia compreender. Ele dissera que nesse dia Marion não o reconheceu, disse que assim que chegou ao quarto viu a mãe sentada num cadeirão com uma boneca de pano em mãos, e que assim que o viu sorriu e disse "Oh, que belo jovem que veio ver-me hoje, como vos chamais nobre cavalheiro?" e ainda acrescentou " De facto é uma excelente pessoa lorde Darion, gostaria de o ter conhecido antes, de certeza que a minha filha Emma teria adorado conhecê-lo".

Após o nascimento de Darion, Marion voltou a engravidar mas deu à luz uma criança morta, sabendo depois que era uma menina. Darion havia confidenciado que a mãe lhe dissera uma vez que tinha planeado os nomes, caso fosse menino seria George, e se fosse menina seria Emma. Agora, com a mente confusa, a filha que nunca chegara a viver parecia-lhe real, e quanto a Darion, Marion pensava não passar-se de um mero desconhecido que tivera a simpatia de a ir visitar ao sanatório, isto quando todos os outros a tinham esquecido.

A condessa embalava-o nos seus braços enquanto ele chorava a sua dor e tristeza, mas não sabia o que dizer. Ouviu tudo o que ele lhe disse com extrema atenção mas não sabia o que dizer, então limitou-se a dar-lhe a única coisa que podia oferecer no momento: o seu carinho.

— Os médicos não vêem esperanças numa melhora. — disse Darion com a voz ainda tremida. — Temem que ela cometa uma loucura e que esta lhe cause a morte.

A dama depositou-lhe um beijo na testa e acariciou  o cabelo dourado.

— Temos que ter esperança que isso não vai acontecer. — suavemente pronunciou tais débeis palavras, e não havia nenhum conforto vindo delas.

— A insanidade não se cura, e eu não aguento mais ver a minha mãe naquele sofrimento silencioso. 

Não conseguia ver Darion naquele suplício, não bastava o pai ter sido envenenado e agora a mãe sofria de insanidade mental nem reconhecendo o próprio filho. Era demais para aguentar.

Conseguia sentir a dor que lhe ia no coração, os problemas, as emoções, era como se o conseguisse ver inteiramente. Ele tinha os seus receios e ela também tinha os dela, e um deles era ser descoberta. Há umas noites Darion compartilhou consigo uma suspeita que os duques Turner lhe haviam dito, eles sentia-se vigiados, e de certa forma Darion também se sentia. Aquilo era mau sinal.

A Rosa E A TempestadeOnde histórias criam vida. Descubra agora