Georgiana fitou Darion demonstrando todo o terror que estava a sentir naquele preciso momento. Como é que Henry a encontrou tão rápido? E como é que ele sabia onde ela estava? Não podia voltar com ele, certamente que a mataria à pancada e não queria passar por isso de novo. Agarrou o braço de Darion com força, procurando apoio e proteção e ele, por sua vez, fitou-a tentando acalmá-la com o olhar.
— Diga ao conde para aguardar na sala de estar. — ordenou o duque após desviar o olhar.
— O que é que estás a fazer?! — inquiriu com a voz baixa, mas demonstrando todo o seu desespero.
Teria ele desistido de a tentar ajudar? Será que o momento que há escassos minutos compartilharam não teve significado algum para ele? Será que tentou iludi-la? Deus queira que não!
— Vá e diga-lhe para aguardar. — insistiu e a governanta assentiu saindo do quarto de imediato.
Darion levantou-se da cama e desapareceu do seu campo de visão por alguns momentos, deixando-a a tremer de medo por saber que o seu marido cruel estava debaixo do mesmo teto que ela novamente. Mas qual era a ideia dele afinal? Pouco depois o mesmo sai do closet com um robe seu nas mãos, mas ela não liga ao que ele iria fazer a seguir.
— Por favor Darion, por tudo o que é mais sagrado, manda Henry embora! Por favor! — aproximou-se dele visivelmente aflita.
— Acalma-te Georgiana, confia em mim. — pediu com suavidade, mas ela não conseguia acalmar-se.
Pedir calma naquele momento soava-lhe como uma piada de extremo mau gosto.
— Como é que queres que me acalme se acabaste de convidar a besta do meu marido para se acomodar na tua sala de estar?! — barafustou afastando-se dele. — O que é que vais fazer afinal? Levar-me até ele e deixa-me voltar ao inferno que é a minha vida?
— Não é nada disso. Ele provavelmente desconfia que estás aqui, achas que se eu o mandar embora ele não terá a confirmação que de facto cá estás? Temos de dar-lhe o que ele quer, respostas. — explicou Darion, mas Georgiana não o acompanhou. — Veste isto.
Ele indicou o robe e relutante Georgiana vestiu-o, ainda a tentar entender as suas reais intenções.
— Anda, vem comigo.
— Não, deixa-me ficar aqui! — retorquiu com aflição.
— Apenas confia, Georgiana. — pediu com a mão estendida na sua direção.
Com receio segurou na mão dele, e o calor que sentiu reconfortou-a. Deixou-se ser guiada por ele ao longo dos corredores, até irem parar numa divisão que ela não conhecia.
Após acomodar Georgiana num local seguro onde sabia que não a encontrariam, Darion finge naturalidade e caminha até à sala de estar, dando de caras com a postura severa do conde de Wolverhampton.
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A Rosa E A Tempestade
Fiction HistoriqueLady Georgiana Howard era uma mulher destruída. Durante os dois anos em que estava casada foi constantemente agredida, abusada e humilhada pelo marido, o cruel conde de Wolverhampton, Henry Howard. No fim de cada dia as frustrações do marido...