InHa subiu ao apartamento do JiMin, em silêncio, junto com ele. JiMin a encarava, a encarava muito, mas ela parecia estar sozinha naquele elevador.
Ele não sabia o que dizer. Chegaram ao andar do JiMin. Assim que a porta fechou atrás deles, ele a abraçou por trás. Ficaram longos minutos assim. Ele abraçando seu corpo e ela pensando no que pensar.
— Fala comigo, InHa. — JiMin choramingou, a apertando contra seu corpo. — Diga alguma coisa.
— Eu não sei o que pensar agora e não quero pensar algo errado de você. — Disse, sua voz seca. — Se eu falar agora, irei dizer coisas que me arrependerei depois. Então, prefiro te falar algo quando estiver pronta para ouvir o que tem a dizer porque sinto que, agora que eu presenciei uma nova parte de Park JiMin, tenho certeza que posso me decepcionar com a pessoa que você é. E eu não quero isso. Não agora...
— Eu não menti. Eu ainda sou eu. — JiMin se explicava. — Por que acha que eu menti?
— Não disse que mentiu. — InHa alterou-se.
— E por que está fazendo isso com a gente, InHa?! — JiMin se alterava, também.
— Porque escolheu foder com tudo o que havia de bom entre nós em vez de me contar antes quem você é, qual sua história. — Levantou o tom. — Parecia... — Ela engasgou com aquilo. Nem conseguia dizer.JiMin se manteve calado, mesmo querendo gritar. Não entendia o motivo de não conseguir falar o que sentia, ou quem era. Talvez por não saber o que sentia. Talvez por não saber quem era.
— Me contou sobre ela, mas sabe o que eu vi lá fora? Eu vi como ela sabia exatamente o que fazer com você. Eu vi como ela te beijou, JiMin. — Ela tinha furia nos olhos, mas também tinha sofrimento. JiMin nunca a viu assim. — Eu ouvi o que ela disse. No lixo. Como descartável. E como eu não poderia acreditar sendo que o vi fazer isso bem em minha frente...? E você sabe, Park JiMin, que estou cansada disso tudo. Parecia que... você iria levantar a mão a qualquer momento contra ela. Foi isso que pareceu...
JiMin sentiu o peso daquilo finalmente. Era insegurança, era medo, ele tinha certeza que a respiração da InHa estava especificamente anormal num lugar que a doía muito.
A história de Park JiMin era outra. A perspectiva do JiMin era diferente, mas tudo o que a InHa falou também era verdade. Mas JiMin não conseguia ver aquilo pelos olhos dela. Ele só conseguia concluir uma coisa sobre toda a sua história: Esta era ao lado da InHa.
A abraçou e continuou abraçado, calado, sentindo o perfume que se concentrava nos cabelos da garota. Seu toque era delicado.
— O que quer que eu faça? — Ele sussurrou no ouvido dela.
Ele a abraçou mais forte. Mas Lee InHa não tinha forças para retribuir o gesto.
InHa havia passado por uma fase turbulenta de sua vida. A morte recente de seu pai era o gatilho para um grave conflito em sua família. InHa era a terceira filha de 3, onde os outros são homens, numa família patriarcal.
InHa se via mais velha, e sem nada. Era um total fracasso. Ela tinha potencial e sua carreira belíssima pela frente, mas não tinha um marido ou filhos, acabando por ser uma decepção aos olhos dos outros. Apenas por isso...
Era assim que era vista a InHa por sua família. A única coisa que a salvara fora o restaurante que abriu. Se submeteu a mentiras, trair sua melhor amiga pelo dinheiro para mudar a visão que seus pais e família tinham dela, para ser fonte de dinheiro.
Ela era uma má pessoa. E o garoto que estava abraçando seu corpo acreditava, fielmente, no contrário. E ela o julgava por não contar uma parte de sua vida quando ela mesma fez o que fez com sua história.
Ela sentia o dever de perdoa-lo por qualquer atitude, de pedir desculpas! Mas pelo fato de ter passado anos ouvindo que nunca seria amada por ninguém além de seu ex-namorado, não conseguia aceitar o fato do JiMin ter tido outra pessoa e esta ainda o rondar, ainda haver a possibilidade de Jinyoung estar correto com suas palavras. Não conseguiria perdoa-lo por não ter dito antes. Antes de se apaixonar. E ela o queria.
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DESIRE | *• PJM •*
Fanfic[QUARTO LIVRO DA SAGA POWER - BOSS] Park JiMin, um dos CEOs mais poderosos do país, não pretendia arriscar tudo como Jeon JungKook havia feito. Por ele, permaneceria tudo como sempre foi. A única coisa que ele não esperava era que sua permanência e...