Piloto

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- Onde você estava?- Ele disse me torturando com os olhos.

- Já disse que precisavam de mim.- Eu disse.

- Mais do que eu?- Disse apertando meu pulso forte.

Fiquei tentando deslizar meu pulso sobre sua mão.

-Você não e o único que importa.- Eu disse tentando me conter para não chorar.

- não sou?- Ele disse apertando mais forte.

- Ela estava passando mal- tentei passar confiança pelo olhar - acredite em mim.

- Você é um nada. Quem pensa que é para me tratar assim? Eu fiquei na droga do restaurante esperando você- ele segurou mais forte - OLHE PARA MIM ENQUANTO EU FA...- Ele foi
interrompido.

-Senhor Duow?- Uma voz desconhecida ecoou pelos corredores.

  Ele me jogou nos armários e foi embora. Eu estava em estado de choque. Me joguei no chão e fiquei refletindo , eu não queria essa vida. O que iam pensar de mim? O que iam pensar da garota linda de classe alta sem namorado?

  Me levantei rápido, apenas por considerar a hipótese que poderia ter alguém me vendo. Fui correndo para o banheiro enxugar minhas lágrimas , e colocar novamente um sorriso no rosto. Precisava rápido ir para casa.

  Cheguei em casa e fui direto para meu quarto para colocar um roupa. Minha mãe estava no hospital e eu queria muito falar com ela. Depois de me arrumar, desci as escadas e encontrei meu pai no sofá :

- Rebeka? - Ele disse olhando para um ponto vazio.

- Pai, você bebeu?- Eu disse processando meus pensamentos.

- Vamos. - Ele pegou a chave do carro e voltou a encarar o ponto vazio.

- Você não vai, não neste estado.

- Eu estou bem - Ele disse se levantando.

- Não, você não está. O que quer que a mamãe pense quando olhar você neste estado?

Ele comecou a chorar desesperadamente , nunca o vi chorar assim. Ele soluçava e repetia que não era capaz :

- Capaz de quê?

- De cuidar de você . Se sua mãe for embora , o quê será de mim?

- Você será o mesmo pai carinhoso de sempre. Ainda não sabemos se a mamãe vai ficar bem, temos que ter esperança!- Eu disse tentando sorrir.

- Ligaram para mim...- ele respirou fundo - Talvez ela não passe dessa noite.

- Vai ficar tudo bem. Vá dormir , e eu irei visitá-la. - Eu disse segurando, que dessa vez, era o meu choro.
   
   Ele não disse nada , não precisava dizer, seus olhos entregavam tudo. Meu pai não tinha esperança , não mais , não depois da segunda consulta da mamãe, onde confirmaram  o câncer dela .
  
  Cheguei no quarto que a minha mãe estava internada. Eu a visitava pelo menos 3 vezes na semana , não sei o quê seria sem ela. Sentei em uma cadeira e fiquei observando seus detalhes, querendo que nunca fossem apagados da humanidade. Depois de 1 hora, ela acordou e sorriu ao me ver:

- Oi.- Eu disse susurrando.

- Filha.- ela disse sorrindo e olhou ao redor- onde está seu pai?- Seu sorrindo foi sumindo.

- Ele estava dormindo.- Menti.

- Você está bem, princesa?- Ela disse colocando suas delicadas mãos em meu rosto.

- Sim.- Menti novamente.

- E o quê é isso?- Ela disse apontando para meu punho roxo.

- Nada.- Eu disse enquanto o escondia com a manga do casaco.

- Me diga.- Ela me disse com seus olhos tristes.

- Uma discussão.

- Com seu pai?- Ela ficou espantada.

- Não. Foi com o Yan.- Disse abaixando a cabeça.

- Nunca abaixe a cabeca- ela disse levantando minha cabeca pelo queixo.

- Não deixe que nenhum garoto a trate assim , você vale mais, você merece mais.

Deixei uma lágrima cair.

- Você não pode ir , eu preciso de você aqui.- Meu rosto ficou vermelho enquanto deixava as lágrimas  cairem.

- Eu nunca vou embora, ao menos que você queira - Ela deu um sorriso frouxo e segurou minhas mãos.

- Eu te amo - Eu disse ainda chorando alto.

- Eu também , quero te ver bem. Termine esse relacionamento, um garoto que te trata assim não te faz bem. Isso não é amor, você não precisa dele para nada.

Fiquei segurando a mão dela até ela dormir.

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não se esqueça da estrelinha ( se vc gostou, óbvio)

A cada veiaOnde histórias criam vida. Descubra agora