A cada veia

CAP.11

Foi tudo tão rápido. Yan estava jogado no chão. Não era certo onde havia sido o tiro, o sangue estava por todo seu corpo.

Ele havia atirado em si. Eu não sabia como agir. Me encontrei parada no centro da sala, tremendo.

Alguém chamou a ambulância. Senti a mão de Josh tocando na minha. Ele entrelaçou seus dedos aos meus e me olhou nos olhos.

E eu comecei a chorar. Era tudo culpa minha. Eu não podia ficar com Josh, ele quase morreu por minha culpa. Yan atirou em si, mas e se fosse em Josh?

Eu abracei Josh e ele começou a fazer carinho na minha cabeça:

- Me d-desculpa, é tudo culpa minha.

- Não, meu amor. Você não teve nada a ver com isso. Vai ficar tudo bem.

A ambulância chegou e levou Yan em uma maca. Meu pai apareceu na hora que todos estavam no jardim observando Yan ser levado na ambulância.

- O que aconteceu aqui, Rebeka?

- Olha quem chegou.

- Rebeka, Yan está em uma maca. Me diga o que está acontecendo, e diga agora!

- Era minha festa de aniversário. Eu teria te convidado, mas você não parecia interessado. Enfim, ele teve uma crise de ciúme e atirou em si. Mas é óbvio que você não sabia que ele estava tendo essas crises de ciúme, você nunca quer conversar.Também não espero que entenda o caos que se formou em mim, porquê afinal, ou fica preso no seu quarto, ou sai de casa no meu aniversário.

Estava me sufocando com tudo que tinha preso na minha garganta.Ele me olhou por um tempo e entrou na ambulância para acompanhar o Yan.

Eu fiquei parada olhando ele ir embora. Ele não me disse nada, só foi embora. Ele foi embora.

Me despedi dos convidados e entrei na minha casa. Me arrastei até o banheiro e tomei um banho.As lágrimas se misturavam com a água do chuveiro. Eu estava em cacos assim como as bebidas do meu pai.

Passei horas tentando dormir, mas o sono não aparecia. O dia rodava em minha cabeça cada vez mais e mais. Abri a janela de meu quarto, que dava para o quarto de Josh. A janela de Josh estava entreaberta e ele estava em sua escrivaninha que ficava de frente para sua janela.

Josh olhava para um ponto vazio e seus olhos pareciam cansados. Seu cabelo estava bagunçado e em sua mão direita acredito que fosse um copo de café um pouco degastado. Sua mão esquerda alisava sua nuca e de vez em quando bagunçava ainda mais seu cabelo.

De repente seus olhos saíram do ponto vazio e se voltaram para a frente, em encontro aos meus. Eu imediatamente corei e tentei fingir que estava fazendo quaisquer outra coisa, que não fosse olhando para ele. Mas é claro que ele havia percebido.

Ele deu um riso baixinho, se inclinou em sua janela e me disse:

- Se divertindo me olhando? - Disse enquanto inclinava sua cabeça para o lado e levantava uma de suas sobrancelhas.

- Eu não estava te olhando, estava apenas... escrevendo neste bloquinho.

- Sei...e o que escrevia neste bloquinho?

- Que você é um idiota.

- E o que fazia admirando um idiota como eu? - Ele disse com um sorriso largo.

- Eu que deveria estar fazendo as perguntas aqui. Qual o motivo de toda essa tristeza?

- Não ter você aqui comigo.