CAP.4

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     Meu pai, mesmo relutante, deixou eu faltar a aula. Eu não consigo sentir nada, apenas um vazio inundando todo o meu corpo.
      Cheguei em casa de madrugada, e desde então eu não tenho saído do encosto da parede.
      Eu não conseguia. Não conseguia parar de chorar, não poder controlar meus sentimos sempre foi tudo que eu odiei.
     Eu só queria pedir mais um pouco,  Pedir para voltar ,  vê-la mais uma vez. Eu só queria lhe observar , decorar mais cada detalhe.
    Comecei a pensar no " e se...", mas não era para pensar assim. Se minha mãe estivesse aqui ela diria "Se levante, encare isso.". Mas afinal, esse é o problema, ela não está.
     Eu estava sem chão, com o coração na mão , mas sem conseguir mover um músculo se quer. As lágrimas não paravam.
      Deveria ter sido eu, eu deveria ter morrido. Esses pensamentos começaram a parasitar na minha cabeça. Eu poderia fazer isso.
      Subi no telhado de minha casa. O vento estava forte e eu não. Minhas mãos tremiam, mas eu não sentia meu coração, ele já havia parado de bater há muito tempo.
     Olhei atentamente a paisagem e me aproximei da ponta do telhado. Eu queria pular,muito,mas o medo me dominava.
      O vento levava meu cabelo para trás. Eu estava na ponta do telhado, mas sem coragem para pular. Quantos queriam estar no meu lugar? Eu tenho um pai que me ama muito e quem sabe amigos que um dia farei. Eu estava dando meia volta, mas por um telhado mal colocado, delizei até o chão.

    tá tudo escuro. Minha cabeça dói muito, mas eu não consigo me mexer. Consigo ouvir alguém gritando e o barulho da ambulância. Eu não consigo raciocinar, e agora não consigo escutar, nem sentir.

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não se esqueça da estrelinha ( se vc gostou, óbvio)

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