CAP.5

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- Pai?- Digo tentando abrir os olhos.

-Filha.- Ele disse com lágrimas nos olhos.

- Me desculpa.- Eu digo conseguindo finalmente enxergar.

- Está tudo bem, princesa - ele disse diminuindo o tom de voz - está tudo bem.- Ele disse sussurrando, como se tivesse que acreditar nisso também.

Eu sorri. Foi um sorriso fraco, mas eu sorri.

- Eu entendo que você está mal pela sua mãe, e entendo completamente se quiser morar com a sua tia.

   Eu queria gritar que não, mas minha voz não conseguia sair. E novamente meus olhos pesaram e eu não escutei, nem senti mais nada.Acordei novamente. Aos poucos que eu ia abrindo os olhos. Estava vendo alguém, não nitidamente, mas esperava que fosse meu pai.
     Assim que os abri totalmente, vi minha tia Halsey:

- Tia? - Digo sem acreditar no que vejo.

  Minha tia mora no outro lado do país.

- Oi, meu amor. - Ela disse sorrindo e segurando minha mão.

- O quê você faz aqui?!

- Seu pai...- Eu a interrompi

- Onde ele está?

- Ele saiu, disse algo sobre como você não precisa mais...- a interrompi novamente.

   Eu tirei o scalp do meu braço, e mesmo com dor sobre todo meu corpo, comecei a correr. Eu não podia perder ele, ele também não.Cheguei na garagem,e eu não fazia ideia de  como meus pés estavam conseguindo me segurar. Olhei ao redor. Estava sentindo meu resto de força indo embora.

        Olhei ao redor, eu não conseguia mais me mexer:

-PAI. - gritei o mais alto que eu pude -pai...- minha voz começou a falhar.
       Eu estava tonta, minha vista começou a me enganar.
     
Eu o vi correndo e eu me esforcei para correr. Me joguei em seu braço com todas as forças .Involuntáriamente comecei a chorar e gritar:

- EU PRECISO...EU PRECISO DE VOCÊ AQUI...-Eu disse enquanto meu corpo estava jogada em seus braços-por favor...- eu disse sussurrando entre os soluços.

   E tudo que eu me lembro foi que ele me carregou para o quarto do hospital, e gritou por ajuda.
  
    Eu me acordei novamente. Já estou ficando cansada dessa rotina. Assim que eu acordei, meu pai esbanjou um sorriso:

-Filha.

Seus olhos brilhavam.

- Pai.
 
   Eu sorri.

- O médico disse que você ia receber alta hoje de tarde, já que cometeu aquela loucura no estacionamento.

- Ontem?

- Nao, dorminhoca.

- Meu deus, eu estou aqui há quantos dias?

- 3 meses, e agradeça por estar viva e por ter essa recuperação tão rápida. Parece que tinha um tipo de colchete no chão

- O tempo voou.

- Só se for para você. Tem sido uma eternidade para mim.
  
Seus olho conseguiram ficar brilhantes e tristes ao mesmo tempo.

-Desculpa de novo, pai.

- Tudo bem de novo. - Ele respirou fundo e segurou minha mão.

     Eu finalmente estava indo para casa, amanhã seria um dia totalmente novo.

☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆

   Acordei e fui me arrumar. Eu vou para o colégio hoje. Tenho que começar a aprender a lidar com os problemas, ignorar eles não vão fazer eles sumirem.

     Esse era o mundo, eu tinha que aprender a lidar e fazer dele melhor.
Desci as escadas, e deixei um bilhete para o meu pai:

Estou na  escola.

-Rebeka

    Acabei a maçã e fui para o ônibus.
Fiquei observando a paisagem, e lembrando desses dias. Eu faltei 3 dias, ou seja, eu estava indo para aula na sexta.
     Sai do ônibus, pela primeira vez minhas amigas não estavam me esperando. Passei pelos corredores. "Nunca com a cabeça baixa" lembrei.
     As aulas começaram, e eu não se é pela loucura da adolescência, ou realmente estavam todos me olhando e cochichando.
     Melissa sentou atrás de mim, e eu aproveitei para saber se era coisa da minha cabeça:

- Melissa, é impressão minha, ou todos estão  me olhando?

- Sim.

   ótimo.

- Por quê?- Digo pensando em um milhão de motivos.

- Yan anda espalhando que você o traiu. E ele contou para todos que sua mãe morreu, que você não estava no perto de ser uma pessoa perfeita.

- Você também acredita?- Meu coração bateu forte.

- Não, quem é perfeito? E além do mais, só alguém bem idiota não iria perceber que ele só falou que você o traiu para se fazer de vítima.
   
A aula começou.

- obrigada. - sussurrei.

- Vou entregar as provas - Disse o professor de matemática.

     Ele passou pela minha banca e me entregou um D, ótimo. Já não era uma surpresa, D era a estrela das minhas notas de matemática.
     A aula havia acabado e eu estava saindo da sala:

- Rebeka. - O professor me chamou.

- Sim. - Eu disse dando meia volta

- Hoje vai ter oficina de matemática, faça. - Ele disse sem nem me olhar

- O.k .

Repetir o segundo ano do ensino médio não é nada legal, então fui obrigada a aceitar.

     As aulas passaram voando, e tudo que eu pensava era matemática. Sai da minha última aula e fui para a oficina.

      A professora da oficina começou a falar, mas tudo que ela dizia era praticamente água para mim. Ela terminou de explicar e passou um exercício.

      Eu sou muito expressiva e um menino que estava do meu lado percebeu:

- Precisa de ajuda?

- Sim, por favor.

      Ele começou a explicar e eu fiz todas as questões com sucesso. A aula acabou e eu estava indo embora, quando ele me parou:

- Está aqui só de passagem? - Ele disse pegando a bolsa.

- Infelizmente não.
  
Ele riu. Ele não parecia ter problema nenhum comigo.

- Qual é o seu nome? - Perguntei.

Se eu ia ficar aqui por tanto tempo, que pelo menos seja com algum amigo.

- Lucca, Lucca Castille. E o seu?

-Rebeka, Rebeka Lynt.

- Rebeka...- Ele repetiu baixinho.

    Falamos mais sobre matemática e eu fui embora.

    

    

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não se esqueça da estrelinha ( se vc gostou, óbvio)

  
  

A cada veiaOnde histórias criam vida. Descubra agora