Acordei atrasada. Me levantei rapidamente e fui fazer minhas necessidades.
Eu não quis me maquiar e minha ansiedade expulsou os pensamentos sobre o quê iriam pensar de mim. Dos meus pés até minha cabeça eu vesti preto e desci as escadas de madeira da minha casa.
Olhei ao redor da sala , e novamente não vi meu pai. Fiquei até tarde no hospital ontem, logo não o vi de noite também.Muitos pensamentos começaram a borbulhar na minha cabeca, será que meu pai está bem? Tentei afastar os meus pensamentos, peguei uma maçã e fui para o ônibus escolar.
Assim que cheguei na escola dei de cara com Caroline e Rachel na porta do ônibus :
- Ui, que visual gótico é esse? Estás de luto?- Rachel disse sorrindo com deboche.
Rachel e uma das minhas melhores amigas, mas eu nunca contei para ninguém sobre o estado da minha mãe. Não por não confiar, é que meu rótulo é a menina de classe alta que tem pais perfeitos. Sem pais perfeitos, quem eu seria? Ser de classe alta não era o bastante para a popularidade.- Deixa ela , Rachel. O que você tem, Beka?
A Caroline tem um blog de fofocas. Nunca em hipótese alguma eu contaria algo para ela.
- Nada. Eu estou bem. - Disse na maior cara de pau mesmo.
Eu olhei para direita e me angustiei so de ver que o Yan estava vindo em minha direção. Namoramos faz 2 anos.
Nem sempre esse relacionamento esteve na beira de um penhasco . O relacionamento era ingênuo no começo, pois a máscara ainda não tinha caído.
Tudo começou no final do ano passado, faz exatamente 1 ano que ele mostrou quem era , após uma crise imbecil de ciúme. Não tinha para onde correr. Quando me virei novamente, ele já estava cara a cara comigo:
- Precisamos conversar agora.- Ele disse com uma cara de bobo.
- Tá. -Eu disse enquanto meu sub consciente implorava que não.
E eu deixei ele me guiar. Paramos entre os armários , onde não tinha ninguem por perto. Ele olhou atentamente para mim e disse sussurrando:
- Você não contou para ninguém, né? Sobre...voce sabe...a briga.
- Não.
- Me desculpa, nunca mais vou fazer isso.- Ele tirou uma flor do bolso.
Era o mesmo roteiro que eu escuto faz um ano. Eu queria tanto dizer nao, mas estaria colocando minha popularidade em risco, o rótulo que me sobrava, e ele sabia disso.
Segurei a flor e dei um sorriso forçado, que foi o bastante para ele desaparecer nos corredores . Não eramos felizes faz meses e ambos sabiam disso.
As aulas acabaram e eu fui para casa. Chegando em casa, finalmente vi meu pai e corri para dar uma abraço nele :
- Opa, a o quê devo toda essa felicidade?- Ele disse
- Por você existir.
- Eu te amo tanto, pimpolha- Ele disse me abraçando mais.
E naquele exato momento, sem mais nem menos, meu coração se acalmou.
- Pronta para ver sua mãe?
- Mais que pronta!
Estavamos no carro quando meu pai quebrou todo o silêncio:
- A médica disse que sua mãe estava muito mal . Sua mae não sorria mais para nada, apenas quando nos via.
- Vamos tentar animar ela então! Onde está os acessórios de palhaço do meu aniversário de 7 anos?
- Acho que no porta-malas do carro.
Chegamos no hospital com as máscaras de palhaço. Fomos logo para o quarto e fizemos uma peça improvisada.
A moça que ligou para o meu pai tinha razão, eu observei minha mãe por trás da cortina antes de aparecer.
O olhar da minha mãe estava buscando um pingo de esperança, seu olhar estava triste, nunca tinha o visto assim.
Quando ela viu a gente , seus olhos brilharam e ela abriu um sorriso de ponta a ponta.
Minha vontade era ficar lá com ela todos os dias , os dias inteiros. Meu pai me chamou para ir embora , logo depois de várias risadas.
Eu disse que ele podia ir na frente, olhei diretamente nos olhos da minha mãe e disse:
- Mãe, eu nunca vou deixar você ir.
Ela derramou uma lágrima.
- Filha , eu sou um incômodo na sua vida. Quantas festas, saídas com as amigas você perdeu para ficar aqui comigo?- Ela disse enquanto seus olhos ficavam marejados.
- É, mas de tudo isso eu preferi estar aqui, agora e com você. Só isso me importa. - Eu apertei a mão dela.
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não se esqueça da estrelinha ( se vc gostou, óbvio)
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A cada veia
Teen FictionRebeka Lynt, uma garota de classe alta com pais perfeitos . Era o quê os outros diziam ao seu respeito . Não como "Rebeka Lynt, uma garota inteligente" , ou até mesmo " Rebeka Lynt, uma garota forte". Conhecida pelo seu dinheiro e pelo seus pais...