Capítulo 24 - Dangerous Love

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Hyuk

"Boutique Danger s/n – Gangnam"

Anotei o endereço de uma das lojas que mais me chamou a atenção nos sites de procura de materiais de bondage. Estou nervoso e ansioso com o que possa encontrar lá pois, mesmo que eu tenha uma noção, nunca vi tantos artigos de perto e, mesmo que eu esteja louco para ver Hae perdendo o controle para mim, não tenho ideia do que comprar.

Fui de metrô e andei umas três quadras até achar um loja meramente discreta, escondida entre um corredor ao lado de uma livraria esotérica. Misterioso, eu diria. Fachada toda preta com uma placa piscante em vermelho escrito Danger. Apontada para a porta que parecia trancada, mas ao chegar perto vi que havia uma campainha, a toquei e de imediato ouvi que soava uma música esquisita.

Coloquei a mão na maçaneta e logo senti-a quente quase como um leve choque. "Muito esquisito" foi o que pensei. A entrada era escura, tinham tiras de tecido preta penduradas no teto indo quase até o chão e me perguntava se estava entrando numa boutique mesmo ou numa loja de artigos para festa de halloween, mas assim que adentrei um pouco mais no recinto vi que não havia nada de brincadeira. Bem, sim e não.

Uma moça muito bonita com um espartilho preto e vermelho, meia arrastão e com uma maquiagem marcante vinha me recepcionar com um objeto que se não me engano era um chicote de couro mas com várias tiras. Ela fez menção de me açoitar com o objeto em questão e eu me desviei e ela apenas abriu um sorriso. Ouvi a voz de uma mulher mais velha que vinha na parte de trás de um balcão que dispunha de vários objetos como grampos e outras coisas que eu não faço nem ideia do que seja.

Olhei para o teto, haviam mosquetões e cordas amarradas de uma forma que pareciam uma enorme teia. Muito bem decorado eu diria apesar do exagero; o local tinha um perfume aromatizado que identifiquei como algo para "estimular o momento" se é que dá para dizer desta forma.

- O que está à procura meu rapaz?
- Ahh... – disse tentando formular uma resposta olhando para os variados objetos e fantasias dispostos nas prateleiras e armários nas paredes laterais.
- Você é gay? – surgiu uma voz masculina por detrás de uma cortina depois do balcão. Me assustei mais com a presença repentina dele do que com a pergunta.
- S-Sim.
- Então venha aqui pra eu lhe mostrar os objetos pro seu parceiro.
- Que desperdício. – ouvi a morena de espartilho dizer atrás de mim.

Segui o rapaz alto até uma ala separada da onde eu estava na entrada. Entrei numa sala e fiquei boquiaberto com o que vi.

- Você já usou algo desta sala antes?
- Huum, não.
- Venha até aqui. Nesta cômoda estão os grampos, os arreios, pulseiras e braceletes e mordaças, algemas e correntes. Nesta outra temos os chicotes, palmatórias, coleiras e tornozeleiras. Nesta estante, plugs anais, vibradores, tapa sexo e saqueiras e vendas.

Ele falava e mostrava as coisas e me sentia perdido em muitos nomes, mas a cada coisa que olhava me imaginava usando-os em Hae, e ele gemendo para mim e logo senti uma pontada em meu baixo ventre. Podia jurar que estava quase babando mas o vendedor ao meu lado (se era assim que eu podia chamá-lo) me tirou de meus devaneios me olhando de forma séria, e só me concentrei quando percebi que ele me olhava de cima a baixo me analisando.

Me encolhi e ele logo me deu um tapinha no ombro me pedindo pra relaxar e dizendo que eu podia olhar e tocar nas amostras que estavam lá pra me decidir melhor.

- As fantasias sexuais ficam lá na Ala Norte, na entrada, se quiser dar uma olhada também.
- Ah, não. Vou olhar aqui primeiro, obrigado.
- Qualquer coisa pode me chamar.
- Ok.

Assim que ele fazia menção de sair da sala o chamei de volta.

- Queria saber melhor daquele... ahn... chicote com tiras que estava na mão da moça que me recepcionou.
- Este aqui? – pegou em uma cômoda e me mostrou. Ele me entregou e eu pude tocar para sentir melhor o objeto.
- É um chicote de couro com 9 tiras e mede 90 cm. É um dos produtos mais bem vendidos da loja, apesar de que nem todos curtem.
- Como assim?
- As pessoas tendem a achar que se tem mais tiras e bater menos violentamente vai doer menos, o que não é o caso.
- É de deixar vergões?
- Sim.
- Entendo.

Flashback [eunhae]Onde histórias criam vida. Descubra agora