08.Glory Sky

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[A luz da lua está escondida na noite pálida;
Para onde devo ir e o que devo fazer para ver a luz? ]

― DEATHGAZE - Glory Sky 

~Matsumoto's POV~

Depois daquela noite eu me parecia bastante com um morto vivo. Não conseguia dormir, não tinha vontade de comer… Eu não fazia absolutamente nada. Já se passaram mais duas semanas e só fui capaz de pregar os olhos quando estava quase amanhecendo e passava a madrugada em claro com medo da minha casa ser invadida por aquela… Coisa.

Resultado: olheiras que mal podiam ser disfarçadas com maquiagem e meu humor estava lá em cima para não dizer o contrário.

O céu estava nublado quando cheguei à escola e foi com surpresa que vi Kouyou parado ali. Corri desesperado até ele e fechei meus braços ao seu redor, abraçando o mais alto como eu podia. O lerdo se assustou, mas logo retribuiu o abraço na mesma intensidade, me erguendo um pouco do chão.

― Kou!

― Taka! Que saudade de você… ― Fui colocado no chão e aproveitei para acertar um soco em seu braço.

― Da próxima vez que sumir desse jeito eu castro você, entendeu? ― Ele assentiu. ― Mas e aí, está tudo bem? Eu fui visitá-lo esses dias e você parecia péssimo…

― Você me visitou? Quando? Eu não lembro de ninguém ter me visitado.  ― Seu cenho franzido me fez franzir o meu em resposta. Ele não se lembrava de nada?

― Eu visitei você, oras! Você estava pelado, largado no carpete e tremendo de frio. Também tinha um moreno estranho lá.

Quando eu disse ''moreno estranho'' na mesma frase o loiro deu um sorriso enorme de orelha à orelha, parecia até uma garotinha apaixonada! Até que foi bom Kouyou ter arrumado um namorado pois ele esqueceu aquela obcessão pelo Sugizo-sensei.

― Ah, o Yuu não é estranho. Não fale dele assim! Yuu é perfeito...

― Ih, pelo visto já tem alguém meio apaixonado por aqui...

― Sim! Estamos morando juntos agora. Taka-chan, ele é maravilhoso, faz tudo que eu quero e me trata tão bem!

― Hey! Para um pouco, desse jeito vai ficar obcecado igual como aconteceu com o professor de música, porra. ― Revirei os olhos enquanto caminhávamos lentamente para a sala de aula e ele deu um sorrisinho estranho.

― Nee, Taka... Você está com ciúmes porque eu estou namorando e você não, isso sim! Por que não parte para cima do Reita?

Só de ouvir aquele nome eu me arrepiei por completo e as cenas da semana passada vieram à minha mente. Eu tentar algo com ele? Não, arriscado demais, ainda por cima ele não era humano. Reita era um monstro assassino criado em laboratório.

― Acho que não, Kou. ― Falei sem vontade, desviando a atenção para um ponto qualquer.

― O que houve, Taka? Não era você que você que vivia dizendo por todos os cantos que queria o loiro másculo da faixa? Por que a mudança? Achou alguém mais interessante?

― Não quero falar sobre isso, pode respeitar?

Meus olhos pousaram no seu pescoço, mais precisamente em uma marca de mordida arroxeada. Eram caninos, estavam cicatrizados, mas a coloração dava a aparência de não estar. O loiro percebeu meus olhares em direção ao seu pescoço e franziu o cenho, continuei encarando.

― O que foi, Taka? Por que está me olhando assim? Para de me olhar assim!

― E essa marca de mordida em seu pescoço, posso saber?

Kuro DevilOnde histórias criam vida. Descubra agora