15.Iridize Dream

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[ Abra suas asas e voe alto para o céu;
Aborreça o céu
Exponha a inundação de todos os seus sentimentos
Tudo bem se eles ficarem turvos]

― DEATHGAZE - Iridize Dream

~Matsumoto’s POV~

Acordei por culpa do meu estômago que roncava feito um monstro, Reita ainda dormia ao meu lado, os dedos entrelaçados aos meus e estávamos nus. Então as lembranças vieram, umas tão prazerosas e outras nem tanto, mas no fim, eu agradeci por tudo o que aconteceu não ter sido um sonho.

Sentei na cama ainda sem separar as nossas mãos e mordi os lábios assim que senti uma dor fodida no traseiro, olhando para o meu corpo também, notei vários hematomas que provavelmente só sumiriam dentro de longas semanas.

Apesar daquilo, eu não estava arrependido. Era óbvio como eu corria perigo ao lado de Reita, eu tinha hematomas e cicatrizes em meu corpo que não me faziam esquecer desse fato, as memórias também estavam mais que frescas em minha mente.

Reita poderia me matar em um piscar de olhos e mesmo assim eu não queria me afastar, talvez eu fosse retardado ou tivesse Síndrome de Estocolmo, às vezes ficava pensando nisso. Já cogitei me afastar e não foram poucas as vezes, mas tudo naquele filho da puta desgraçado era tão atrativo e agora que estávamos juntos como um casal, eu sequer pensava nisso.

Reita seria cuidadoso, eu sabia que sim.

Meus olhos percorreram cada centímetro do corpo adormecido ao meu lado e eu sorri, Reita era mesmo alguém que beirava a perfeição, nunca que um corpo como aquele seria feito por um casal, não mesmo. Humanos não tinham genes tão perfeitos para chegar naquele ponto. Eu era mesmo um sortudo por ter arrumado um homem gostoso como aquele para mim. Ah, mas eu também era uma perfeição, o destino só quis unir as duas para ofuscar os reles mortais.

Ri com o meu pensamento e me debrucei sobre o seu corpo, selando seus lábios e quase me assustei quando ele abriu seus olhos de forma automática, rolando na cama e em segundos eu estava embaixo do seu corpo forte.

― Bom dia, Taka. ― Senti alguns selares em meu rosto e sorri com aquilo, envolvendo seu pescoço com meus braços. ― O que nós temos para hoje, hm?

― Infelizmente escola… ― Resmunguei e o sorriso que antes iluminava o rosto sem aquela faixa mudou para triste. ― Só que hoje vão dedetizar e eu vou sair mais cedo.

― Hmmm, isso é bom. ― Disse, roçando os lábios em meu pescoço, os dígitos apertaram minha cintura e eu senti meu corpo aquecer só com aquilo. Era melhor eu me arrumar logo ou nem sairia daquela cama, por hoje, já que Reita parecia ser insaciável. ― Daí podemos brincar mais um pouco, o que você acha?

― Nós podemos sim, mas você tem que ser mais cuidadoso porque eu, hm… ― Os olhos escuros me encaravam com uma intensidade que me fez corar, mas aquele olhar não tinha nada de sexual. ― Estou quebrado.

― Oh… Desculpe. ― Ele pareceu entender e se sentou na cama, pedindo desculpas sem parar e eu gesticulei para que ele não se importasse com aquilo. ― Pensei que humanos se recuperavam um pouco mais rápido. Quer dizer, eu gostei de ontem, é uma sensação tão boa, tudo o que eu penso no momento é só em como quero fazer isso de novo.

E eu não pude não achar a sua inocência adorável. A nossa tecnologia realmente era muito avançada para conseguirem criar um humano do zero e até mesmo implantar informações para que ele não tivesse a mentalidade de uma criança de dois anos, mas pelo visto certas coisas eles não puderam colocar na cabeça do meu namorado porque precisavam ser presenciadas e sentidas, como transar. No fundo eu estava feliz, ser desejado daquela forma fazia um bem e tanto.

Kuro DevilOnde histórias criam vida. Descubra agora