16.Mr. Freaks

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[A verdadeira escuridão que eu me esforço para aproveitar continua expandindo
Ela está um pouco atrasada agora, mas repito as mentiras sarcásticas
Eu estremeço, com medo do seu olhar ainda frio
E me controlo para não tentar destruir tudo]

― DEATHGAZE - Mr. Freaks

~Matsumoto's POV~

O carro estava no piloto automático e seguia para a casa de Kouyou, enquanto isso, nos divertimos em meio à conversas e em tentar acabar com a sacola mais gostosa de doces antes de chegarmos lá. Reita sabia ser engraçado e me arrancou muitas risadas durante o caminho, eu ficava bobo com o sorriso dele e o mesmo parecia ter notado isso, já que continuava a falar sem parar e me contava os seus pensamentos mais absurdos.

Seus olhos estavam sempre em mim, uma das mãos acariciando meu rosto, afagando meus cabelos… Demonstrando que eu era importante para ele. Aquilo me fazia tão bem.

― Você é muito bobo… ― Eu ri, terminando de comer a barra de chocolate e Reita riu em resposta, não demorando a puxar o meu rosto para perto do seu, tomando meus lábios em um beijo com gosto de chocolate.

Agarrei seus cabelos e retribuí, só me tocando que havíamos chegado quando o veículo parou e a voz da inteligência artificial atraiu a nossa atenção.

― É aqui? ― Ele perguntou ao olhar a fachada da casa de dois andares e eu assenti, me libertando dos seus braços e saí do carro com duas sacolas na mão.

― Uhum! Vem, me ajuda com as sacolas, eu não sou tão forte como você, Ryo.

― Estou indo, estou indo.

Não avisei a Kouyou que estávamos chegando, marcamos um horário, então não tinha necessidade de ligar pra ele. O loiro morava no distrito ao lado e diferente do meu, ele era um pouco mais movimentado e melhor financeiramente, você podia ver pessoas andando na rua, um vizinho ou outro aparecendo na porta… Totalmente diferente de onde eu morava.

Já do lado de fora, esperei Reita, que abriu o porta malas e retirou as sacolas restantes de lá, me adiantei ao caminhar até a porta de entrada e deixei uma das sacolas no chão para tocar a campainha, mas senti uma das mãos do loiro agarrarem meu braço com força, me impedindo.

Franzi o cenho, ainda não entendendo o motivo dele ter me parado e me virei. Ele olhava para a fachada do segundo andar da casa de Kouyou e farejava, passando a emitir um som estranho, parecido com um rosnado. O que diabos Reita tinha descoberto ali?

― Oe, Ryo? O que aconteceu? Para de rosnar feito um bicho, os vizinhos dele vão perceber...!

― Não podemos entrar aí. ― Afirmou em um tom sério e seus dígitos apertaram meu braço ainda mais, me puxando para perto de si. Tropecei na sacola no processo e os doces se esparramaram sobre os degraus da escada.

― Como não?! Ficou maluco? Eu prometi ao Kou que o traria aqui, deixe de besteira, Ryo… Ele quer te conhecer e o namorado dele também. Se o seu medo é que eles descubram o que você é, não esquenta. Isso não vai acontecer.

― Não… Você não vai entrar nessa casa, Takanori. Vamos dar o fora daqui e você liga para o seu amigo depois, certo?

― Não! ― Tentei me desvencilhar do seu aperto, mas era inútil, não sei porquê eu ainda tentava. Continuei a chacoalhar meu braço, soltei a outra sacola para cravar as unhas nele e nada adiantou. ― Me solta! O que deu em você, porra?! Para de agir estranho assim!

Eu não tinha tempo para ficar brincando daquele jeito ali, como se não bastasse a discussão que tivemos pela manhã e durante o horário de almoço… O retardado continuou em silêncio por alguns segundos e eu continuei a tentar me soltar, finalmente conseguindo um tempo depois. Seus dentes mordiam o lábio inferior e Reita desviou o olhar para todos os lados enquanto negava com a cabeça.

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