Ana, uma sucedida jornalista tem tudo que sonhou quando adolescente: seu próprio apartamento, seu diploma, um trabalho que gosta e um namorado. Contudo, tudo muda quando esse mesmo namorado termina o relacionamento por meio de uma carta. Sendo assim...
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- Calma, vamos devagar- digo para Vitor que está apoiado em meu ombro enquanto caminhamos para meu apartamento.
Ele teve alta do hospital logo as 7 horas da manhã e por sorte, é o meu dia de folga do trabalho. Felipe não pôde vir junto conosco pois tinha coisas familiares para resolver, por isso, sobrou apenas eu mesma para levar Vitor para dentro de casa.
- Meu Deus, Vitor, pelo jeito você comeu muito bem no hospital, você está muito pesado!
Ele solta uma gargalhada, o que quase nos faz cair.
- Desculpe, Aninha- com uma risadinha.
Quando finalmente chegamos no meu apartamento, tenho quase certeza que minha coluna saiu do lugar. Coloco Vitor no sofá e estico minha coluna.
- Deus, minha coluna não é mais a mesma.
Arrumo as almofadas nas costas dele e ele me olha agradecido.
- Muito obrigada, Ana, de verdade. Não sei o que faria sem você.
- Não é nada, Vitor- aponto o dedo para ele- mas, por favor, sem mais surpresas no meio da noite.
- Sim, senhora- imita uma continência e nós dois rimos.
Naquela tarde, Felipe aparece e ele e Vitor ficam juntos no sofá assistindo um filme na TV, enquanto eu fico lendo um livro sentada na mesa. Contudo, checo meu celular a cada segundo esperando alguma ligação ou mensagem de João. Nada. Bufo de frustração e Vitor repara.
- Ei, Aninha, está tudo bem?
- Claro, claro. Por que eu não estaria bem? – respondo rapidamente.
- Venha assistir filme conosco, Ana- chama Felipe.
Me levanto e vou até o sofá. Eles pausam o filme e me encaram.
- O quê?
- Nos conte o que está pegando, Aninha- insiste Vitor.
Respiro fundo.
- Eu fui ontem até a casa de João para falar com ele. Eu sei exatamente o que eu ia falar mas quando eu percebi eu já estava na frente do condomínio dele- faço uma pausa- e acontece que quando cheguei em seu apartamento, ele não estava, apenas a mãe dele.
- Isso é bom, certo? Conhecer a sogra é um momento importante- pondera Felipe.
- Eu adorei conhece-la e provavelmente ela contou para ele que eu apareci lá, entretanto, ele nem me ligou nem nada. Acho que ele realmente não quer mais nada comigo.
- Não necessariamente. As pessoas tem problemas, compromissos. Vocês são adultos, Ana, tem obrigações- diz Vitor.
Reflito sobre isso. Não tinha pensado por esse lado. Assinto tristemente. Com isso, Felipe se levanta, me pega no colo. Solto um grito.
- O que você está fazendo- grito rindo.
Ele me coloca no meio dele e de Vitor.
- Aparentemente você está carente. Enquanto o boy não liga, os amigos servem, certo?
- Isso é muito fofo, Felipe- reviro os olhos- ok, ok, vocês venceram. Vamos assistir esse filme.
Os dois comemoram, me abraçam apertado e dão play no filme. Assisto e comento o filme com eles até que meu corpo vai ficando relaxado e eu pego no sono no ombro do namorado de Vitor.
