Capítulo 17

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No sábado, minha mãe apareceu na minha casa depois de ter arrumado suas coisas e abandonado meu pai

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No sábado, minha mãe apareceu na minha casa depois de ter arrumado suas coisas e abandonado meu pai. Eu fiquei em choque, não sabia como reagir. Por toda minha vida, minha mãe sempre fez de tudo por meu pai e nunca retrucou nenhuma de suas grosserias em 30 anos de casados. Contudo, após meu pai me expulsar da casa deles, ela chegou no seu limite e saiu de casa.

Quando sentamos para conversar na tarde de ontem, disse a ela o quanto estava orgulhoso de sua coragem de dar um basta em uma situação que está difícil a tempos. Ela apenas me disse "a coragem sempre está com a gente, basta encontra-la dentro de si, querido".

Por isso, fiquei acordado até tarde da noite com essa frase ecoando em minha cabeça. Nos últimos dias encontrei coragem para dizer o que eu sentia e abri mão da mulher que amo para sua felicidade, contudo, havia algo que eu estava emburrando com a barriga: ir atrás de algum trabalho na área da fotografia ou das artes. Assim, levantei cedo, antes de minha mãe, vesti uma calça e camiseta bem apresentáveis, lhe escrevi um recado e sai em busca de meus objetivos apenas com meu currículo, meu sonho e minha coragem.

Passei a manhã rondando vários estabelecimentos envolvidos com fotografia mas recebi vários nãos por falta de experiência. Agora estou sentado em uma padaria no centro de São Paulo avaliando minhas outras opções. Estou totalmente distraído com o celular quando ouço alguém me chamar:

- João!

Me viro para olhar e vejo Túlio vindo em minha direção.

- Túlio- o cumprimento com um sorriso.

- Não nos vimos por anos mas agora nos encontramos a cada esquina- ele solta uma gargalhada engraçada- Como vai o tênis?

Rio também e suspiro

- Eu abandonei o tênis, pretendo ir para o ramo da fotografia ou artes. Passei a manhã procurando trabalho, porém, sem sucesso.

- Sério? – ele fica incrédulo mas logo abre um sorriso- Legal cara. Espera um minuto, um museu de fotografia mandou um anúncio para o jornal onde trabalho que estão contratando, pode ser o trabalho ideal para você.

- Com certeza é o trabalho ideal! Eu vou agora mesmo atrás desse emprego. Muito obrigada, cara- digo já começando a me levantar.

- Ei- me chama novamente- No final de semana, eu e minha noiva vamos dar uma festa para comemorar nosso noivado. Por que não aparece lá?

- Claro, eu dou uma passada.

Túlio sorri e vai embora. Olho para o relógio e vejo que já são quase 15 horas. Pego minhas coisas, pago a conta e vou no museu que Túlio disse. Ele se localiza bem no centro de São Paulo e sua fachada possui um ar rústico e antigo. Meu coração bate forte de nervoso, suspiro e entro antes que perco a coragem.

Logo na entrada me dirijo para a recepção onde uma moça está sentada trabalhando.

- Boa tarde- a saúdo com meu melhor sorriso- soube que vocês estão contratando, estou interessado em me candidatar para a vaga.

- Boa tarde- ela sorri de volta e me entrega um formulário- É só preencher e entraremos em contato com você.

- Tudo bem, obrigado.

Sento em uma cadeira, preencho o formulário e sinto uma grande onda de esperança surgir dentro de mim. Por muito tempo achei que o tênis me enchia de realização mas agora sentado aqui e indo atrás do que eu quero, percebo que estou apenas no começo do meu caminho para minha auto realização e autoconhecimento.

Contudo, mesmo que eu esteja fazendo coisas por mim mesmo, não consigo deixar de sentir uma ponta de tristeza no coração por não ter Ana comigo. Sinto saudades dela o tempo todo. Na noite passada quase liguei para ela, entretanto, a imagem dela se divertindo com Vitor invadiu minha mente e eu desisti na hora.

Saio de meu devaneio, vou entregar meu formulário e vou para casa ainda com Ana no meu pensamento e no meu coração.

Com amor, AnaOnde histórias criam vida. Descubra agora