Capítulo 1

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O despertador toca e acordo sentindo tanto frio que mal sinto meus pés, mesmo com duas meias e duas cobertas quase me engolindo

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O despertador toca e acordo sentindo tanto frio que mal sinto meus pés, mesmo com duas meias e duas cobertas quase me engolindo. O clima em São Paulo está congelante mas isto não muda o fato que terei que ir trabalhar. Levanto da cama e vou tomar um banho quente para aquecer meus músculos rígidos de frio.

Acho que o lugar que mais amo no mundo é meu apartamento. Ela tem o estilo que sempre sonhei: meio rústico, com uma biblioteca com os livros que acumulei ao decorrer dos meus 25 anos. É um apartamento pequeno porém muito aconchegante. Moro sozinha com minha maior companheira da vida: minha vira-lata Léia que eu adotei ao me mudar da casa dos meus pais com meus 23 anos de idade.

Saio do banho e vou atrás de uma roupa para vestir. Escolho no fim uma calça jeans preta, botas pretas e um suéter branco com um casaco preto grosso que vai quase até o joelho, coloco brincos de argola e deixo meus cabelos negros e cacheados soltos. Com isso, estou pronta para encarar mais um dia de trabalho.

Sou jornalista formada e trabalho na revista Explicando, que trata de assuntos gerais, mas eu trabalho na área que envolvem livros e filmes. Ao chegar no andar do setor onde trabalho, sou recebida pela minha animada secretária e amiga Linda com vários recados:

— Bom dia, Ana.

— Bom dia, Linda. — respondo sorrindo — Algum recado para mim?

— Foi desmarcada sua reunião de hoje, chegou as imagens que você me solicitou e...chegou essa carta de Vitor.

Meu sorriso some e engulo em seco. Vitor. Mil sentimentos me invadem.

— Obrigada, querida. — agradeço e vou para minha sala.

Tranco minha sala ao entrar e respiro tentando me acalmar antes de abrir a carta. Vitor é meu namorado há 5 anos, o conheci no ensino médio, contudo, nove meses atrás foi estudar nos Estados Unidos. Tentamos o namoro há distância mas não nos entendemos direito no último mês, foi basicamente uma briga por semana, e a última foi a pior de nosso relacionamento.

Respiro fundo mais uma vez, rasgo o envelope e abro a carta:

Querida Ana,

Você sempre foi a minha melhor amiga, a minha confidente. Entretanto, tudo mudou quando vim para os EUA. Nesse período em outro país e conhecendo outras pessoas, descobri coisas sobre minha pessoa que passaram a vida enterrados no fundo do meu coração que chegou em um ponto que ela transbordou e precisei lidar com elas.

Eu lhe amo, Ana, por isso, preciso ser sincero com você. Terminar o nosso relacionamento é o melhor jeito de não te envolver nos meus problemas. Sinto muito.

Com amor,

Vitor.

Com amor, AnaOnde histórias criam vida. Descubra agora